segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Resquícios da Guerra Fria - Parte I: Ditaduras na América.

Ao final dos anos 40 os Estados Unidos e a Rússia se consolidaram como as duas grandes potências mundiais e iniciaram uma competição ideológica e armamentista que perdurou até o início dos anos 90. Como esses países exerciam enorme influência sobre as nações menos desenvolvidas, essa “rusga particular” adquiriu proporções mundiais.

Com a criação da Organização dos Estados Americanos em 1948, os EUA sinalizavam a intenção de estender a sua ideologia e seu modo de vida para os demais países da América. Já no ano de 1961, os norte-americanos fundaram um programa de apoio econômico para nações subdesenvolvidas chamado de Aliança para o Progresso. Através desse programa, eles pretendiam consolidar, de vez, o seu papel como “tutor” dos países pobres e varrer a ameaça comunista para bem longe.

É nesse contexto que se observa o definhamento das instituições democráticas e a instauração de ditaduras em várias partes do mundo – inclusive na América Latina. Esses governos ditatoriais usurpavam o poder em nome da segurança e da soberania nacional, mas, na verdade, estavam ligados a uma das duas potências: caso fosse considerado “de direita”, ou seja, capitalista, seria subvencionada pelo Tio Sam; se fosse “de esquerda”, de índole socialista, estaria sob a égide da União Soviética, como Cuba.

No Brasil, como sabemos, o golpe militar de 1964, deu início a uma ditadura que sobreviveu durante 21 anos. Algo semelhante aconteceu em outras nações sul-americanas: na Argentina, entre 1976 e 1983; no Uruguai, de 1973 a 1984 e no Chile, de 1973 a 1989. Os governos ditatoriais se valiam da prerrogativa da força militar e de contarem com o respaldo das classes médias e altas, geralmente. Para legitimarem as arbitrariedades cometidas (prisões sumárias, desaparecimento, torturas e mortes de opositores, intelectuais, jornalistas e varias outras pessoas que eles julgavam “subversivas”) durante a sua gestão, eles tomavam para si o papel de “defensores da nação” e, se agiam da forma que agiam, era em nome da “segurança nacional”.

Embora os países citados acima já tenham superado essa fase negra da história, várias seqüelas ficaram no semblante dos familiares dos mortos e desaparecidos dessa época.

Através de filmes como Condor, Batismo de Sangue, Zuzu Angel; Cabra-Cega; Achados e Perdidos; O ano em que meus pais saíram de férias etc., o Cinema, hoje, presta homenagem aos mortos e atua como delator das barbáries que foram perpetradas contra a população durante os governos ditatoriais, pois, como as liberdades de imprensa e de expressão haviam sido cerceadas na época, as pessoas não tinham acesso a muitos dos acontecimentos relevantes que estavam se desenrolando. É o cinema, mais uma vez, levando entretenimento, cultura e, sempre que possível, a verdade até o espectador!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA DIRETORIA DO CINECLUBE MOSSORÓ

Todos aqueles que participam efetivamente da programação do Cineclube Mossoró, que freqüentam as sessões têm o conhecimento de nossos problemas de infra-estrutura junto as sessões. Desde março de 2007, quando exibimos a primeira sessão. Andou sendo veiculado em um jornal de grande circulação na cidade sobre um “total apoio da prefeitura municipal junto ao cineclube”. A seguir um trecho do artigo publicado:

"Inicialmente, chegamos a pedir uma lista do que era necessário para o cineclube. Pedimos que eles nos fornecesse a lista com os equipamentos. A verdade é que estamos apenas alugando esse equipamento que está sendo usado, mas pensamos em equipar o Cineclube com equipamentos próprios, até porque temos interesse em apoiar a iniciativa", comenta o professor Gonzaga Chimbinho.

A diretoria do Cineclube gostaria de esclarecer que tal depoimento é uma inverdade. Desde a primeira exibição em março deste ano, contamos com os equipamentos (projetor e tela) cedidos pelo DECOM ( departamento de comunicação da UERN), e com equipamento do CF8 ( centro feminista), em algumas ocasiões contamos com a tela cedida pelo Professor Ramiro Camacho do laboratório de geoprocessamento da UERN. O material utilizado da biblioteca se resume ao espaço físico ( auditório), aparelho de DVD Player e caixas amplificadas que pertencem a própria biblioteca. Gostaríamos de mostrar por meio dessa nota o nosso repudio, pois não podemos permitir que se faça propaganda política as custas de um movimento que tem em sua ideologia ser um movimento apartidário. Afinal por trás disso tudo, existem pessoas que disponibilizam o pouco tempo que tem em suas vidas para se criar uma opção cultural e educativa em uma cidade que aspirava há pouco tempo o status de capital cultural. Esperamos que os envolvidos se retratem e em nenhum momento queremos criar algum ambiente hostil com nenhuma instituição. Qualquer apoio para o cineclube é bem vindo, até porque ainda estamos com os mesmos problemas de infra-estrutura. Em nenhum momento reividicamos equipamentos para o cineclube, por meio desta nota já deixamos claro que nossa intenção é que se disponibilize a equipagem do auditório da biblioteca municipal com tela e projetor. Apesar de ser um auditório confortável, peca nesse aspecto. Contudo seria um equipamento que não serviria somente para o cineclube, mas para toda a comunidade.

Abaixo o link com a matéria publicada na internet:

http://www.gazetadooeste.com.br/27_maio_07/mossoro4.htm

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

CULTURA PORNÔ?


Por Glaucio Fabrizio


Que o sexo impera em todas as mídias e na cabeça de quase todos os cidadãos, é um fato inquestionável. No cinema não pode ser diferente, mas o fato é: Porque ainda choca-se tanto com essa temática?

Na internet o tema sexo é líder absoluto nos sites de busca. Nas video locadoras as prateleiras destinadas aos filmes pornôs estão sempre em voga, com opções para todos os gostos e estilos. Na TV aberta o assunto é sempre tratado em mesas de debate, ou por apresentadores sexólogo (a)s com cara de intelectuais, ou cheios de tatuagens como a Penélope Nova, VJ da MTV.

O mercado do cinema pornô movimenta cifras milionárias nos Estados Unidos e Europa, e no Brasil a coisa não é muito diferente, levando-se em consideração a qualidade dos filmes que vêm melhorando nos últimos anos. Mas como podemos qualificar uma produção pornô? Pela beleza dos atores e atrizes? Figurino? Roteiro?

Parece um absurdo garimpar em meio a tantas produções um enredo que fuja do clássico entregador de pizzas ou do encanador que sempre é recebido por uma bela madame vestida irresistivelmente para matar e que sempre começa e termina em...vocês já sabem. Sim! Existem filmes pornográficos que são verdadeiras obras de arte. Os filmes dirigidos pelo cineasta americano Paul Thomas nos anos 90 como HOUSE OF DREAMS e LATEX se caracterizam pela bela fotografia e figurinos, tanto que foram premiados no Oscar do Cinema Pornô, o Adult Vídeos Awards (sim meus caros leitores, isso existe).

No Brasil virou moda artistas veteranos (um pouco esquecidos pela mídia convencional) se enveredarem no mundo pornô, Rita Cadillac, Gretchen, Alexandre Frota são exemplos disso, e a cada década que passa os fãs do gênero faz suas apostas em quem será a próxima ou o próximo a aderir.

Ainda em terras tupiniquins, no auge da ditadura militar, a febre das pornô chanchadas ocupou muito a mente dos adolescentes e de toda a sociedade, de tal forma que ainda hoje se cultiva o preconceito de que filme brasileiro se caracteriza ou por mostrar violência e pobreza, ou por palavrões e cenas de sacanagem.

Independente da época, do estilo, da moda, da idade dos atores e da qualidade das produções, não se pode fechar os olhos para essas produções, deixemos a hipocrisia de lado e façamos como os hindus, que tratam o sexo como uma arte. Afinal de contas, sexo com certeza também é coisa de cinema.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

CINEMA PRETO E BRANCO?


Por Glaucio Fabrizio

É inegável a influencia que a cultura americana tem sobre o século XX, principalmente após o término da segunda guerra mundial, tão bem explicado em artigo escrito pelo nosso colega do Cineclube Mossoró, Julius Victorius. O rock por exemplo, tem suas raízes no blues, assim como o jazz, ou seja, com raízes fincadas na forte cultura negra americana.

E no cinema? temos muitas referencias de atores negros como protagonistas de grandes clássicos? Atores negros qualificados sempre tivemos. No Brasil quem não lembra de Grande Otelo? Atuando nas Chanchadas da Atlântida ou interpretando o mais famoso personagem de Mário de Andrade, o Macunaíma, na primeira fase da estória, já que Paulo José (branco) o faz na maior parte do filme, claro que seguindo o enredo do livro.

Nos final dos anos 60 e inicio dos anos 70 explodia nos EUA a frase BLACK IS BEAUTIFUL (Negro é Lindo) que inclusive foi titulo de um álbum do Jorge Ben, em 71. Nesta década a cultura negra, mais valorizada, esteve mais presente no cinema. O próprio Jorge Ben, teve varias musicas incluídas nas trilhas sonoras de filmes, a mais celebre foi Xica da Silva, do filme homônimo com direção de Cacá Diegues, tendo Zezé Motta como protagonista. E no cinema americano? Onde encontramos a referencia negra no cinema, não somente nas trilhas sonoras, mas como protagonistas?

Ainda nos anos 70 os filmes policiais ganhava um negro como protagonista, na alcunha do personagem SHAFT, fora Richard Roundtree (protagonista dos 4 filmes da série),o comediante Richard Pryor, Sidney Poitier (o mais reconhecido),não consigo lembrar de tantos protagonistas negros atuando em filmes que pelo menos não se tratassem de escravidão ou sobre racismo.

É claro que mais recentemente atores como Whoopy Goldberg e Danny Glover (que estiveram muito bem no belíssimo filme A Cor Púrpura nos anos 80), Denzel Washington, Lawrence Fishburn, Jamie Foxx ( vencedor do Oscar interpretando Ray Charles), Samuel L. Jackson, Halle Berry e Will Smith tiveram seus talentos reconhecidos e hoje gozam do Status de celebridade em Hollywood.

Lógico e evidente que muitas portas ainda precisam ser abertas para profissionais negros em todas áreas, no cinema não é diferente. O Fato é que na arte não podemos permitir apartheid. Cinema para pretos, cinema para brancos, musica para pretos, musica para brancos. Afinal de contas Joe Cocker não nasceu negro, nasceu inglês e canta(ou cantava) maravilhosamente como um negro americano.

sábado, 1 de dezembro de 2007

CINECLUBE MOSSORÓ apresenta: O Bebê de Rosemary - 08/12 - 19h30min.


Por Jônatas Andrade


São poucos os diretores que começaram a carreira de forma tão alarmante - com filmes bem impactantes e sucedidos-, e hoje em dia ainda mantém tal status. Roman Polanski, atualmente com seus 74 anos, dirigiu um filme angustiante, que ficou e ainda fica na memória de muita gente. Tal filme é O Bebê de Rosemary, a próxima exibição do Cineclube Mossoró. No dia 08 de dezembro, como sempre um sábado, compareçam para ver essa obra-prima de um dos diretores mais influentes e polêmicos de toda a história do cinema mundial. Exibiremos o filme às 19h30min, na Biblioteca Ney Pontes Duarte.


Polanski teve uma vida conturbada. Teve a mulher, Sharon Tate, assassinada pelo serial killer Charles Manson; foi expulso e proibido de pisar nos Estados Unidos quando foi acusado de pedofilia e na maioria dos seus filmes históricos gosta de "cutucar velhas feridas".


O Bebê de Rosemary será o primeiro filme do gênero suspense que o Cineclube Mossoró irá exibir. Depois da bem sucedida sessão (e principalmente o debate) anterior achamos que alguns nervos mereciam ser aflorados com um filme um pouco mais denso. O filme ganhou um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante e foi nomeado para outros dois Oscar.


São poucos os diretores que podem se vangloriar de terem dirigidos filmes como: O Bebê de Rosemary, A Dança dos Vampiros, Chinatown, Tess, O Pianista e muitos outros.


Por essas e outras razões venham nos prestigiar, venham debater, dizer o que acharam do filme. Aprender um pouco sobre cinema, sobre o diretor, a época do filme, os atores, os segmentos em termos de escolas cinematográficas que o filme influenciou. Venham conhecer o nosso espaço. A entrada é FRANCA. Invista seu tempo em bons filmes. Não assista qualquer um. O Cineclube Mossoró agradece.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Uma guerra; vários temas.


A despeito do saldo de milhões de mortes e a destruição parcial de vários países, a Segunda Guerra Mundial deixou um legado positivo muito importante para a indústria cinematográfica: uma superabundância de bons filmes.


De 1945 para cá - ou até mesmo um pouco antes, como foi o caso de Casablanca, lançado em 1942, e de outras produções inglesas e americanas cujo patriotismo servia de propaganda para a suas campanhas – surgiu uma miríade de filmes sobre esse conflito mundial, passando a engrossar as fileiras do gênero Guerra, que até então comia a poeira dos Westerns, e vivia sob a sombra do drama e da comédia. A segunda grande guerra é, de longe, a discórdia bélica que mais serviu de tema para a “telona”. Mas por que tal gênero só deslanchou na segunda metade do século XX?


É bem verdade que para realizar filmes dessa natureza o som seria imprescindível. Fica difícil idealizar um ambiente de guerra sem o barulho dos morteiros e das metralhadoras, por exemplo. Mais difícil ainda é imaginar os imortais Chaplin e Keaton protagonizando bravos soldados apenas com suas pantomimas. O som só chegaria às salas de cinema no final da década de 20, quando os estúdios Warner estavam à beira da falência e resolveram apostar suas últimas fichas nessa inovação que poucos “botavam fé”, lançando O Cantor de Jazz, em 1927. Já dá pra imaginar o que aconteceu, não é? Pois bem, o filme foi sucesso total, obrigando os demais estúdios a se modernizarem, e causando uma verdadeira revolução no modo de se fazer cinema. O primeiro passo para emplacar “Os guerras” estava dado, faltava agora um conflito de proporção verdadeiramente mundial para engendrar de vez esse gênero. E foi justamente o que aconteceu. Em 1939 ele começa, e só termina seis anos depois, em agosto de 1945.


Com o final do conflito, após a rendição japonesa, grande parte da Europa estava um caos: uma parcela considerável da população masculina jovem havia morrido e outra ficaria inválida pelo resto da vida, devido a ferimentos graves; a economia de países como Alemanha, Itália e Japão estava arruinada e os Estados Unidos da América se consagraram como o grande campeão do conflito e despontaram como a maior potência do pós-guerra. Dessa maneira, foi possível estender sua influencia sobre as demais nações do mundo.


A prosperidade econômica que os norte-americanos passaram a desfrutar teve um reflexo tremendamente positivo no cinema do país: muitos magnatas passaram a investir vultosas quantias nesse segmento, e agora, os produtores, diretores e roteiristas poderiam reproduzir toda a “bravura e heroísmo” dos soldados que viveram a guerra, contando com o dinheiro do empresariado e com o respaldo do governo e da população, que ansiava por ver imagens que retratassem as batalhas.


Na Europa, mais especificamente na Itália, o cinema sofreu um impacto também “positivo”, só que de maneira distinta. A Cinecittà e o movimento Realista, criados por ordem de Mussolini, sucumbiram junto com ele. Em oposição a isso apareceu o Neo-realismo italiano, encabeçado por Rossellini e De Sicca que não tratava especificamente de guerra, mas, sim, de suas conseqüências mais funestas: o desemprego, a dor e a miséria.


Não é preciso muito esforço para compreender que na gênese dos conflitos armados há diversos interesses em jogo. O que também é de fácil percepção são os malefícios que eles trazem ao local onde se desenrolam. Deixam marcas que talvez nem o tempo seja capaz de apagar. Entretanto, ainda assim há pessoas que consideram a Guerra justificável. Eu, particularmente, não tenho uma opinião formada a esse respeito, mas acredito que se a Segunda Guerra contribuiu de maneira favorável às gerações que vieram depois, servir de mote para a realização de grandes filmes foi, sem dúvida, a mais louvável dessas contribuições.


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

FESTIVAL DO RIO 2007 AMEAÇA A COROA DE GRAMADO.


Durante duas semanas a cidade maravilhosa transformou-se na capital brasileira do cinema. Em sua nona edição, o Festival do Rio, que nasceu em 1999 com a junção do Cine Rio Festival e a Mostra Banco Nacional de Cinema, dois importantes festivais criados na década de 80, veio corroborar com a idéia de que o Brasil, país de grandes cineastas, está se transformando, também, em um país de grande cinema.

O evento ocorreu entre os dias 20/09 e 04/10 e, segundo dados dos organizadores, bateu recorde de público, alcançando a incrível marca de 300 mil espectadores, o triplo da cifra alcançada pelo Festival de Gramado, que ainda é considerado por muitos o maior evento do gênero no Brasil. Há tempos que o evento carioca vem ameaçando o reinado do congênere gaúcho, e nada pode ser mais salutar para o engrandecimento do nosso cinema do que essa disputa.

A edição 2007 do Festival do Rio superou a de Gramado não só nos números, a qualidade dos filmes exibidos também foi superior, dando ao público a oportunidade de acompanhar obras que foram destaques em importantes festivais como Cannes e Veneza. Ainda é válido lembrar que o evento carioca preocupou-se em garantir a visibilidade do cinema não só como arte, mas, também, como um negócio, contribuindo para que a indústria desse setor – que no nosso país parece nunca deslanchar – cresça. A prova cabal disso está na realização, paralela ao festival, do Riomarket, o maior encontro de mercado cinematográfico da América Latina, cujo escopo desse ano era tratar sobre a convergência de mídias.

A noite de premiação, que aconteceu na quinta, dia 04, teve como grande “vencedor” o filme Estômago, primeiro longa-metragem do diretor Marcos Jorge, que recebeu os prêmios de: Melhor direção (ficção); Melhor longa (ficção), pelo voto popular; Prêmio Especial do Júri para o coadjuvante Babu Santana e Melhor ator para João Miguel, que já havia ganhado o prêmio em 2005 por “Cinema, aspirinas e Urubus”. O Júri Oficial, que contou com a participação dos atores Marília Pêra e Chico Diaz, entregou ainda os prêmios de Melhor longa-metragem (documentário) a Condor, de Roberto Mader; Melhor curta-metragem a Sete Minutos; Melhor direção (documentário) a Cão Guimarães, por Andarilho e Melhor atriz a Carlas Ribas por A casa de Alice.

Ah, antes que alguém sinta falta, o tão falado Tropa de Elite - um grande filme - foi, sim, exibido no Festival, causando, como já se esperava, um frenesi danado, mas não participou da mostra competitiva.


VOTO POPULAR

- Melhor Longa ficção: ESTÔMAGO, de Marcos Jorge

- Melhor Longa documentário: MEMÓRIA PARA USO DIÁRIO, de Beth Formaggini

- Melhor Curta – A MALDITA, de Tetê Mattos


JÚRI OFICIAL - Presidido por Affonso Beato e composto pelos atores Marília Pêra e Chico Diaz, Clare Stewart (diretora executiva do Festival de Sidney) e pelo presidente do Instituto Luce, Luciano Savegna.

- Melhor Longa-Metragem Ficção - MUTUM, de Sandra Kogut

- Melhor Longa-Metragem Documentário - CONDOR, de Roberto Mader

- Melhor Curta-Metragem – SETE MINUTOS, de Cavi Borges, Júlio Pecly e Paulo Silva

- Melhor Direção (ficção) – MARCOS JORGE (Estômago)

- Melhor Direção (documentário) - CAO GUIMARÃES (Andarilho)

- Melhor Ator – JOÃO MIGUEL (Estômago)

- Melhor Atriz- CARLA RIBAS (A Casa de Alice)

- Prêmio Especial do Júri – BABU SANTANA (por Estômago e Maré nossa história de amor)


quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Cineastas do Sul e Sudeste vêm a Natal participar de debate sobre mundo digital

CINEMA E TV
Cineastas do Sul e Sudeste vêm a Natal participar de debate sobre mundo digital
Carlos Gerbase e Giba Assis Brasil são dois dos 16 debatedores que estarão na capital potiguar em novembro

As relações do mundo digital com a cultura, a educação e com os direitos autorais serão o centro das discussões do Ciclo de Debates "Além das Redes de Colaboração: diversidade cultural e as tecnologias do poder", que será realizado em Natal entre os dias 7 e 10 de novembro, no Cefet da capital. Dois dos debates - "O que a convergência digital e a TV pública tem a ver com a diversidade cultural?" e "O que a tecno-arte e a cibercultura tem a ver com a estética da multidão?" terão a participação dos especialistas em cinema Carlos Gerbase e Giba de Assis Brasil, além do apresentador e diretor de TV Marcelo Tas, entre outras autoridades em sociologia, informática e cibercultura.

Promoção da Casa de Cinema de Porto Alegre, em uma parceria com Associação Software Livre (RS) e Projeto Software Livre do Rio Grande do Norte (RN), o evento tem inscrição gratuita e está sendo realizado também no Rio Grande do Sul – a etapa de Porto Alegre começa na próxima semana. Vale ressaltar também que o Ciclo de Debates é um dos selecionados pelo Programa Cultura e Pensamento, do Ministério da Cultura. Mais informações e inscrições (um quilo de alimento não perecível) no site http://alemdasredes.softwarelivre.org/

CULTURA E PENSAMENTO
O Programa Cultura e Pensamento envolve um conjunto de ações que incentivam o debate crítico. O seu propósito é ampliar os fóruns de reflexão e diálogo em torno de temas relevantes da agenda contemporânea. Uma iniciativa do MinC, com o patrocínio da Petrobras, através da Lei Federal de Incentivo. É coordenado pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (FAPEX) e co-realizado pelo Ministério da Educação (MEC), pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), pelo Serviço Social do Comércio de São Paulo (Sesc-SP) e pela TVE-Bahia. Conheça as demais ações e acervo do Cultura e Pensamento no portal www.cultura.gov.br/culturaepensamento

SOBRE OS ESPECIALISTAS
Carlos Gerbase -Diretor e roteirista. Doutor em Comunicação pela PUC/RS, coordenador do curso de Produção Audiovisual da mesma universidade. Diretor dos longas-metragens Verdes Anos (1984), Tolerância (2000), Sal de Prata (2005) e ainda do longa em super-8 Inverno (1983). Roteirista e diretor dos curtas em 35 mm Interlúdio (1983), Passageiros (1985), Aulas Muito Particulares (1988), O Corpo de Flávia (1990), Deus Ex-Machina (1995) e Sexo & Beethoven - O Reencontro (1997). Fez roteiros para a TV Globo, como os das minisséries memorial de Maria Moura (1994) e Engraçadinha (1995). Também dirigiu especiais para televisão, como O Comprador de Fazendas (2001) para a Globo e Faustina (2002) para a RBS. Atualmente prepara o roteiro de Três Garotas e Um ET.

Giba Assis Brasil -Roteirista e montador. Jornalista. Professor do curso de Realização Audiovisual da Unisinos desde 2003 e do curso de Comunicação da UFRGS de 1994 a 2005. Sócio-diretor da Casa de Cinema de Porto Alegre. Diretor do longa-metragem Verdes Anos (1984), do longa em super-8 Deu Pra Ti Anos 70 (1981) e do curta Interlúdio (1983). roteirista de vários curtas, dos longas Me Beija (1984), O Mentiroso (1988) e Super Colosso (1995), das minisséries de TV Agosto (1993) e Luna Caliente (1998). montador dos longas Tolerância (2000), houve uma vez dois verões (2002), O Homem Que Copiava (2003), Meu Tio Matou Um Cara (2005), Sal De Prata (2005) e de mais de 30 curtas, entre eles Ilha Das Flores (1989), Esta Não É A Sua Vida (1991), Deus Ex-Machina (1995) e Dona Cristina Perdeu A Memória (2002).

Marcelo Tas -É jornalista, autor e diretor de TV. A ênfase de seu trabalho está na criação de novas linguagens nas várias mídias onde atua. Entre suas obras destacam-se os videos do repórter ficcional Ernesto Varela; participação na criação das séries "Rá-Tim-Bum", da TV Cultura e o "Programa Legal", na TV Globo. Recentemente, Tas realizou o "Beco das Palavras", um game interativo que ocupa uma das salas mais concorridas do novo Museu da Lingua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo. Atualmente, Tas é o diretor de criação da nova fase do Telecurso 2000, que estréia no segundo semestre de 2007 na Rede Globo. Na internet, é âncora do portal UOL onde mantém um dos blogs mais premiados do país: o "Blog do Tas" (melhor blog do Brasil pelo iBest em 2004 e 2005; melhor blog corporativo em 2006 segundo o The Bobs- prêmio international da Deutche Welle, Alemanha). Tas já foi agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, entre eles a bolsa da Fullbright Comission, quando foi artista residente na NYU- New York University, nos Estados Unidos.

Ciclo de Debates Além das Redes de Colaboração
Porto Alegre (RS): 15 a 18/10
Natal (RN): 7 a 10/11, das 18h às 22h, Cefet Natal
Inscrições gratuitas
Mais informações: http://alemdasredes.softwarelivre.org/

sábado, 22 de setembro de 2007

O Pagador de Promessas


O Cineclube Mossoró exibirá, no próximo sábado, dia 29, um grande sucesso do cinema brasileiro. Por que não dizer mundial? O Pagador de Promessas, filme de 1962, foi ovacionado em grande parte do mundo; recebeu uma miríade de elogios por parte da crítica especializada, chegando a ser premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Baseado na peça teatral homônima de Dias Gomes, o filme conta a história de “Zé do Burro” – interpretado por Leonardo Villar - um camponês do interior da Bahia, humilde e ingênuo, porém, de caráter bastante íntegro. Após a queda de um raio que atingira o seu burro, Zé, desesperado com a possibilidade de perder o seu querido animal, faz uma promessa para Santa Bárbara, a fim de que esta livrasse o jegue da morte. Caso a graça fosse alcançada, Zé doaria parte do seu sítio e carregaria uma cruz – que segundo as suas próprias palavras, seria “tão pesada quanto a de Cristo” – até o altar da igreja de Santa Bárbara mais próxima.

Como o burro havia escapado do acidente, Zé teria de pagar a sua promessa. Entretanto, ao contrário do que muitos podem pensar, a tarefa mais complicada para o protagonista não seria a árdua e longa caminhada, mas, sim, ter de enfrentar a intolerância da Igreja Católica. Como a promessa havia sido feita em um terreiro de Candomblé, embora se destinasse a uma santa genuína do catolicismo, o Padre Olavo (Dionísio Azevedo), o responsável pela paróquia de Santa Bárbara, não permite que Zé deposite a cruz ante o altar.

A partir desse momento, entram em cena novas discussões que vão muito além da fé e do sincretismo religioso – apanágio do povo baiano. Um simples ato de gratidão e devoção resulta em questões políticas e sociais. Rosa (Gloria Menezes), a esposa de Zé, que o acompanhara durante toda a jornada, foi seduzida por um cafetão logo que chegou à cidade; a imprensa, um cordelista de rua, e até o dono de uma bar próximo à Igreja tentam aliciar o próprio Zé. Este, alheio a todas as propostas, só pensava em cumprir o seu juramento e voltar para casa.

O filme é relativamente curto, tem pouco mais de uma hora e meia, mas, ao mesmo tempo, é tão abrangente – fala de reforma agrária e “denuncia” a manipulação das informações por parte da imprensa – que só mesmo um grande diretor como Anselmo Duarte consegue discorrer, com singular maestria, sobre tantas coisas em pouco tempo.

É praticamente impossível assistir e não se emocionar com essa história que poderia ser a de qualquer um de nós - no fim das contas, católicos ou não, cada um carrega a sua própria cruz. A história de um homem comum, demasiadamente cândido, impossibilitado de cumprir uma promessa por causa dos caprichos e interesses de outrem.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Harrison Ford e última empreitada



Depois de Silvester Stallone (Rocky) e Bruce Willis (Duro de matar) retomarem antigos sucessos de suas carreiras, chega a vez de Harrison Ford reincorporar o seu personagem de maior sucesso no cinema: Indiana Jones. Previamente batizado de Indiana Jones IV, o filme que tem lançamento previsto para maio de 2008 – dessa vez, a data foi anunciada pelo produtor George Lucas - ainda não possui um título definitivo. A princípio, especula-se que o filme chamar-se-á Indiana Jones and the city of gods, entretanto, já foi registrado na Associação de Registros de Títulos de Filmes da América, outros cinco prováveis nomes.
O roteiro que vem sendo desenvolvido há um certo tempo e mudou de mãos várias vezes terá as assinaturas de David Koepp e Jeff Nathansson, e acredita-se que a trama estará cronologicamente situada entre as décadas de 40 e 50, na cidade perdida de Atlântida.
O filme surge como uma resposta àqueles que, julgando Ford - 65 anos - velho demais para dar vida ao esguio Jones de outros tempos, achavam preferível não testemunhar uma continuação possivelmente fraca, temendo que esta viesse a manchar a saga do herói. Vale mencionar que Harrison Ford tem dispensado os dublês na maioria das cenas. No elenco ainda estão os nomes de Cate Blanchett, Shia Labeouf, John Hurt, Jim Broadbent e Ray Wistone.
Se a aposta de Lucas e Spilberg vai dar certo, só o tempo dirá. Entretanto, até mesmo os mais pessimistas esperam um sucesso, no mínimo, análogo a Rocky Balboa – cujo orçamento inicial foi de 24 milhões de dólares e arrecadação ultrapassou a cifra de 150 milhões, causando surpresa em seus idealizadores – e Duro de Matar 4.0 que liderou bilheterias em todo o Brasil.
Os outros três filmes da série foram Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida; Indiana Jones e O Templo da Perdição e Indiana Jones e A Última Cruzada. Todos eles foram rodados na década de 80 e obtiveram grande êxito, enchendo as salas de cinema por onde passavam.
A apreensão que toma conta do público é visível até nas palavras do produtor: “Vai ser como fazer ‘A ameaça Fantasma’ novamente, a expectativa por parte dos fãs é tão grande que se torna maior do que o que você pode oferecer.”, disse Lucas.
Embora o receio e a incerteza tomem lugar em toda e qualquer continuação que se faz, no que diz respeito a Indy Jones, posso afirmar com certa exatidão: Vale a pena apostar nessa aventura que, provavelmente, será a última grande empreitada de Harrison Ford, pelo menos usando chapéu e chicote.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Caminho para Guantánamo


Caminho para Guantánamo é um documentário dramatizado dirigido pelo britânico Michael Winterbottom, em parceria com Mat Whitecross. Baseado numa história real, narra a trajetória de três ingleses detidos no campo de Guantánamo.

Ruhal Ahmed, Asif Iqbal e Shafiq Rasul são três jovens ingleses capturados pela Aliança do Norte no Afeganistão em 2001 e presos como "combatentes ilegais" pelos Estados Unidos no Campo militar de Guantánamo, sem direito a acusação nem julgamento.

Acordar as pessoas do torpor político que tomou parte do mundo quanto à guerra ao terror de George W. Bush foi a meta traçada pelo diretor Michael Winterbottom. Muito se escreveu sobre as condições sub-humanas, o desrespeito aos direitos civis básicos, os interrogatórios inúteis baseados em inteligência falha e a falta de resultados que envolvem a prisão militar dos EUA mantida no Caribe, para onde são encaminhados os suspeitos de atividades terroristas. Mas, como diz o ditado, uma imagem vale por mil palavras. E poucas imagens são tão poderosas quanto as mostradas no docudrama de Winterbottom. O longa de 95 minutos intercala depoimentos de uma turma de amigos britânicos de origem islâmica, presos por engano ao irem ao Paquistão para um casamento no meio da Guerra do Afeganistão (2001), e a reconstrução dramática do que aconteceu com eles.

Se o recurso da palavra guarda a força do factual, a imagem permite que as platéias tenham uma idéia mais próxima do que realmente acontece com os detidos de Guantánamo - o acesso da mídia à prisão era (melhor dizendo, ainda é) controlado e sofre censura militar.

Nos dois anos em Guantánamo, os três passaram por tortura e humilhação, sem que se saiba do que foram acusados. Muito menos cogitou-se dar-lhes direito a defesa. Ao serem repatriados para o Reino Unido em 2004, foram imediatamente liberados por falta de acusação. Que o espectador se lembre, ao assistir ao filme, que nesse momento há centenas de casos semelhantes na mesma prisão. Com uma diferença: agora, os algozes têm o amparo legal do Congresso dos EUA. Uma triste página para a mais antiga democracia contemporânea.

PREMIAÇÕES:
- Urso de Prata de melhor diretor no Festival de Berlim de 2006.

LOCAL:
O filme será exibido na Biblioteca Ney Pontes Duarte (antiga União Caixeiral) com ENTRADA FRANCA.

DATA E HORÁRIO:
Sábado, 15 de setembro, às 19h30min.

11/9


Na manhã de 11 de setembro de 2001, os irmãos Jules e Gedeon Naudet estavam filmando um documentário sobre a vida de um bombeiro principiante em Nova York. O que era pra ser um documentário banal sobre pessoas quase comuns, tomou um novo rumo ao ouvir-se um rugido no céu. Nesse momento, Jules virou sua câmera para cima, no exato instante de filmar a - por muito tempo - única imagem conhecida do primeiro avião colidindo com o World Trade Center. Por azar do destino, Jules e Gedeon tornaram-se testemunhas oculares do mais chocante e decisivo acontecimento de nosso tempo.

Com as câmeras rodando, os Naudet seguiram os bombeiros no coração do assim chamado Marco Zero. Jules entrou com a equipe de bombeiros dentro da torre norte. Pôde filmar do saguão do prédio toda a confusão e desencontro nos resgates. O resultado foi um poderoso registro visual de um dos mais tenebrosos momentos da história.

Mais de 180 horas de filmagem foram condensadas em pouco mais de 120 minutos. Realizado com muito critério, é improvável que alguma produção de Hollywood tenha a tensão da câmera tremida dos irmãos Naudet no World Trade Center prestes a ruir. Acontecimentos como este reforçam a necessidade de se fazer documentários.

LOCAL:
O filme será exibido na Biblioteca Ney Pontes Duarte (antiga União Caixeiral) com ENTRADA FRANCA.

DATA E HORÁRIO:
Terça-feira, 11 de setembro, às 19h30min.

sábado, 25 de agosto de 2007

35º Festival de Cinema de Gramado


35º Festival de Cinema de Gramado

Criado em 1973, o Festival de Cinema de Gramado apareceu como um divisor de águas na cinematografia nacional. Desde suas primeiras edições, foi marcado pelo sensacionalismo e pela singular capacidade de transpor o crivo da censura. Desse tempo pra cá, Gramado se consolidou como a maior festa do cinema brasileiro e serviu como trampolim para o sucesso de quase tudo o que se produziu em nosso país.
Em sua 35º edição, que ocorreu entre os dias 12 e 18 de agosto, Gramado presenteou com 33 kikitos diversas produções nacionais e estrangeiras. Esse ano, além das premiações tradicionais, a equipe do festival decidiu inovar com o kikito de Cristal, que foi concedido ao cineasta Eduardo Coutinho, pelo conjunto de sua obra e em reconhecimento de sua contribuição ao nosso cinema. A atriz Zezé Motta, também foi uma das homenageadas do Festival, recebendo o Troféu Oscarito, que há 17 anos é concedido a atores e atrizes brasileiros.
Dentre os longas-metragens nacionais, o documentário “Castelar e Nelson Dantas no país dos Generais” ficou com os prêmios de melhor filme e melhor montagem. Entretanto, o grande campeão foi “Deserto Feliz”, uma produção pernambucana que levou pra casa cinco kikitos, entre eles os de Melhor Diretor (Paulo Caldas); Prêmio da Crítica e Melhor Filme pelo Júri Popular. Os Prêmios de Melhor Ator e Melhor Atriz ficaram com Gustavo Machado (Olho de Boi), e Ingra Liberato (Valsa para Bruno Stein) respectivamente.
Já entre os longas estrangeiros, o Prêmio de Melhor filme foi para a produção Anglo-argentina “Nacido Y Criado”, que também recebeu os kikitos de Melhor Fotografia e Melhor Diretor (Pablo Trapero). Porém o grande vencedor do Festival foi “El Baño del Papa”, ganhando ao todo sete kikitos: o de Melhor Roteiro; Melhor Ator (César Troncoso); Melhor Atriz (Virgina Méndez); Prêmio da Crítica; Prêmio Excelência de Linguagem Técnica e Melhor Filme pelo Júri Popular. Uma outra produção estrangeira a ser premiada foi “O Cobrador – In God We Trust”, filme dirigido por Paul Leduc e estrelado por Lázaro Ramos, recebendo o Prêmio Especial do Júri.
Além dos kikitos dados aos longas-metragens nacionais e estrangeiros, outras premiações foram entregues aos curtas em 35mm e às produções gaúchas.
Durante os sete dias do evento, mais de 100 mil pessoas passaram por Gramado. O Festival merece todo o nosso respeito e atenção, não somente por ser o maior do País, e sim, pela sua autêntica proposta de alçar as produções nacionais a um lugar de destaque, imprimindo o nome do Brasil no calendário do mundo cinematográfico.

A seguir confira a lista completa com todos os vencedores:

LONGAS BRASILEIROS

Melhor Filme: para “ Castelar e Nelson Dantas no Pais dos Generais” de Carlos Prates
Melhor Diretor: para Paulo Caldas pelo filme “Deserto Feliz”
Melhor Ator: para Gustavo Machado pelo filme “Olho de Boi
Melhor Atriz: para Ingra Liberato pelo filme “Valsa para Bruno Stein “
Melhor Roteiro: para Marcos Cesana pelo filme “Olho de Boi”
Melhor Fotografia: para Paulo Jacinto dos Reis pelo filme “Deserto Feliz”
Prêmio Especial do Júri: para “Condor” de Roberto Mader
Prêmio Qualidade Artística: para “Victor Biglione” pelo filme “Condor”
Melhor Diretor de Arte: Moacyr Gramacho – “Deserto Feliz”
Melhor Música: Erasto Vasconcelos e Fábio Trummer – “ Deserto Feliz”
Melhor Montagem: Carlos Prates – “Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais”
Prêmio da Crítica: “Deserto Feliz” de Paulo Caldas
Melhor Filme do Júri Popular: “Deserto Feliz” de Paulo Caldas

LONGAS ESTRANGEIROS

Melhor Filme: para NACIDO Y CRIADO de Pablo Trapero
Melhor Diretor: para PABLO TRAPERO de Nacido y Criado
Melhor Ator: para CÉSAR TRONCOSO de El Baño del Papa
Melhor Atriz: para VIRGINIA MÉNDEZ de El Baño del Papa
Melhor Roteiro: para ENRIQUE FERNANDEZ E CESAR CHARLONE de "El Baño de Papa"
Melhor Fotografia: para BILL NEITO de Nacido y Criado
Prêmio Especial do Júri: para PAUL LEDUC do COBRADOR
Prêmio Excelência de Linguagem Técnica: El Baño del Papa de Enrique Fernández e César Charlone
Prêmio da Crítica: El Baño del Papa de Enrique Fernández e César Charlone
Melhor Filme do Júri Popular: El Baño del Papa de Enrique Fernández e César Charlone

CURTAS 35 mm

Melhor filme de curta metragem em 35mm: Alphaville 2007 d.c de Paulinho Caruso
Melhor Diretor: Esmir Filho pelo filme Saliva
Melhor Ator: Francisco Gaspar pelo filme O.D. Overdose Digital
Melhor Atriz: Caroline Abras pelo filme Perto de Qualquer Lugar
Melhor Roteiro: Paulinho Caruso pelo filme Alphaville 2007 d.c
Melhor Fotografia: Carlos Ebert pelo filme Satori Uso
Melhor Diretor de Arte: Eduardo Correa – Balada do Vampiro
Melhor Música: Celso Loch – Balada do Vampiro
Melhor Montagem: Paulinho Caruso, Rê Castanhari , Vitali e Pedro Caetano – Alphaville 2007 d.C
Prêmio da Crítica: Satori Uso, de Rodrigo Grota

MOSTRA GAÚCHA

Melhor Filme: Rolex de Ouro de Beto Rodrigues
Melhor Diretor: Beto Rodrigues – Rolex de Ouro e Rafael Figueiredo – A Peste da Janice
Melhor Roteiro: Márcio Schoenardi – Os Viajantes
Melhor Ator: Marcelo de Paula – Um Aceno na Garoa
Melhor Atriz: Renata de Lélis – Um Aceno na Garoa
Melhor Fotografia: Alberto La Salvia – A Peste da Janice
Melhor Montagem: Fábio Lobanowsky – A Peste da Janice
Melhor Diretor de Arte: Eduardo Antunes – Um Aceno na Garoa
Melhor Música: Geraldo Flach – Um Aceno na Garoa

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Morangos Silvestres


por Jônatas Andrade

Em sua 12º exibição, na quinta-feira, 23 de agosto, 19:30, o Cineclube Mossoró presta uma homenagem a um dos cineastas mais importantes da história do cinema mundial, Ingmar Bergman. O Cineclube Mossoró exibirá o filme Morangos Silvestres, de 1957.

Morangos Silvestres, filme ganhador do Urso de Ouro no Festival de Berlim em 1958, conta a história do professor Isak Borg quando o mesmo viaja de carro para receber um prêmio em uma universidade na qual lecionou. Na noite anterior tem um pesadelo que o confronta diretamente com a morte, ou o medo de morrer. Diante desse pesadelo o professor Isak começa a ver imagens estranhas sobre coisas do seu passado e/ou antes, nunca acontecidas.

Acompanhado da nora Marianne, o professor segue sua viagem até Lund para receber o prêmio e, em certa hora, vê sua vida na juventude refletida nas pessoas que passam por ele, desde um casal em crise como também um grupo de jovens. Entre o passado, o presente e sua imaginação o professor experimenta estados na sua vida nunca antes vividos, uma experiência onírica. Diante disso uma nova forma de encarar a vida é ativada diante da eminência da
morte.

Uma espécie de “road-movie existencial”, Morangos Silvestres junto com os outros 45 filmes de Ingmar Bergman formam um legado indiscutivelmente importante para o cinema.

Como disse Woody Allen, um dos maiores fãs de Bergman, ele foi o cineasta mais importante que já surgiu desde que fotografia foi inventada. Ingmar Bergman faleceu em sua residência no último dia 30 de julho, aos 89 anos de idade. Deixou um enorme legado para o cinema.

sábado, 4 de agosto de 2007

Garotas do ABC

por Jônatas Andrade

GAROTAS DO ABC (Carlos Reichenbach)

“A lei acima do homem;
a ordem acima da lei;
o direito acima da ordem;
e o Brasil acima de tudo”

A região do grande ABC além de grande pólo industrial possui muitas histórias para contar. Aurélia, fã de Arnold Schwarzeneger, gosta de homens fortes e namora com Fábio. Fábio é um musculoso neonazista que faz parte de um bando que pratica algumas explosões à noite e que é liderado por Salesiano de Carvalho, um advogado que escuta Wagner, cita Plínio Salgado e é filho de dono de pedreira, de onde consegue explosivos.

Garotas do ABC é o mais novo longa metragem que será exibido no Cineclube Mossoró. O filme que é dirigido por Carlos Reichenbach é o 13º de sua carreira. O filme é dividido em dois tempos, ou atos. O primeiro é “Trabalho” que ocupa a primeira metade do filme. O segundo é “Tempo Livre” que ocupa a outra metade.

“Trabalho” mostra de forma dinâmica o dia-a-dia e a convivência (nem sempre fácil) das operárias de uma fábrica têxtil em São Bernardo. Algumas estão lá porque precisam, outras para se relacionar com o chefe e outras apenas para atazanar o resto. Enquanto isso Salesiano, Fábio e o resto do bando gastam o dia a beber e planejar ataques a negros e nordestinos.

Já “Tempo Livre” nos dá a visão sobre o que as moças das fábricas fazem quando não estão de serviço. A maioria delas usa o tempo livre para ir ao Democrático, uma espécie de casa de show onde elas, mesmo fora do trabalho, se aliam de acordo com subdivisão que já há na fábrica. Aurélia usa tempo livre para visitar seu namorado Fábio e preocupar sua família que preza muito pela segurança e bem estar dela.

Garotas do ABC é um filme de tipos, possui vários. De moças trabalhadeiras, de gente que procura encrenca e de alguns idealistas, ou loucos.

Ficha Técnica:

Tempo de Duração: 124min
Ano de Lançamento (Brasil): 2003

LOCAL:

O filme será exibido na Biblioteca Ney Pontes Duarte (antiga União
Caixeiral) com ENTRADA FRANCA.

DATA E HORÁRIO:

No dia 11/08 às 19h30min.

APOIADORES:

Marcha Mundial das Mulheres
DECOM - UERN
Biblioteca Ney Pontes Duarte
Edmilson Serigrafia
Editora Queima-Bucha
Kiko´s Eventos

terça-feira, 24 de julho de 2007

Cidadão Kane

Cidadão Kane (1941) é um longa metragem dirigido por Orson Welles que retrata a trajetória do fictício barão da mídia Charles Foster Kane, herdeiro da sexta maior fortuna do mundo e que, por capricho, decide fazer carreira no mundo do jornalismo. Se, de início, tem aspirações idealísticas de promover o bem comum e proteger o público dos abusos dos governantes e das grandes corporações, ao longo do tempo se degenera em um ambicioso personagem em busca de fama e poder.

O filme, frequentemente citado como um dos mais importantes já realizado, inspira-se na trajetória do magnata da mídia William Randolph Hearst, cuja manipulação do noticiário na virada do século XIX para o XX chegou ao extremo de influenciar decisivamente na declaração da guerra Hispano Americana.

A trama tem início com a morte do personagem principal, Charles Kane (interpretado pelo próprio Orson Welles), e o enigma da última palavra por ele pronunciada: "Rosebud". Um jornalista, Thompson, é designado para investigar a origem e o significado de tal palavra, descortinando durante o processo a vida privada e a personalidade de Kane.

À época da produção do filme, Orson Welles tinha apenas 25 anos e a liberdade que teve para criar seu primeiro longa metragem só foi possível em função do grande sucesso da novela radiofônica "A Guerra dos Mundos", que paralisou os Estados Unidos com uma ficção na qual o país era invadido por marcianos. Entretanto, as dificuldades em conseguir emplacar um grande sucesso comercial, a perseguição dos meios de comunicação de William Hearst e o incipiente clima de macartismo fizeram com que se afastasse de Holywood.

FICHA TÉCNICA:
Tempo de Duração: 119 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1941
Direção: Orson Welles
Produção: Orson Welles
Roteiro: Orson Welles e Herman J. Mankiewicz
Elenco: Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore, Ruth Warrick, Everett Sloane, George Coulouris, Ray Collins, Agnes Moorehead

PRINCIPAIS PRÊMIOS
· Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro, foi indicado ainda a Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Direção de Arte, Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Montagem, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e Melhor Fotografia.
· Melhor filme do New York Film Critics Circle Awards.
· Um dos 100 melhores filmes da história, segundo o American Film Institute.

LOCAL:
O filme será exibido na Biblioteca Ney Pontes Duarte (antiga União Caixeiral) com ENTRADA FRANCA.

DATA E HORÁRIO:
No dia 28/07 às 19h30min.

APOIADORES:
Marcha Mundial das Mulheres
DECOM - UERN
Biblioteca Ney Pontes Duarte

segunda-feira, 16 de julho de 2007

11 de setembro

O Cineclube Mosoró tem um projeto especial, em gestação, sobre o 11 de setembro. Inicialmente, o plano é apresentar 5 sessões entres os dias 11 (terça-feira) e 15 de setembro (sábado). O objetivo é que as obras retratem diversas perspectivas dos acontecimentos e permitam a reflexão e o debate. A princípio, a proposta é que sejam exibidos os seguintes filmes, nesta ordem:

Terça, 11 de setembro
Filme: 11/9 (ou 9/11) dos irmãos franceses Jules e Gedeon Naudet
Sinopse: Em 2001, Gedeon e Jules faziam um documentário sobre o cotidiano de um bombeiro calouro em Nova York, quando foram surpreendidos pelos atentados. Com senso de oportunidade, coragem e câmera sempre ligada, eles fizeram os registros conhecidos mais impressionantes e trágicos do 11 de Setembro.

Quarta, 12 de setembro
Filme: 11 de setembro (11'09''01 – September 11th)
Sinopse: Projeto coletivo, com onze diretores de diferentes nacionalidades convidados a realizar curtas-metragens sobre o ocorrido com apenas uma orientação: seus filmes deveriam totalizar exatamente 11 minutos, 9 segundos e apenas 1 quadro (em alusão à data: 11/09/01)

Quinta, 13 de setembro
Filme: Paradise Now
Sinopse: Amigos de infância, os palestinos Khaled (Ali Suliman) e Said (Kais Nashef) são recrutados para realizar um atentado suicida em Tel Aviv. Depois de passar com suas famílias o que teoricamente seria a última noite de suas vidas, sem poder revelar a sua missão, eles são levados à fronteira.

Sexta, 14 de setembro
Filme: Caminho para Guantánamo
Sinopse: 10 de setembro de 2001. A mãe de Asif Iqbal (Afran Usman), um jovem de 19 anos, retorna do Paquistão anunciando que encontrou uma noiva para ele. Nove dias depois Asif segue para o Paquistão, para encontrá-la e também conhecer a terra de seus pais. Asif convida Ruhel (Farhad Harun), Shafiq (Riz Ahmed) e Monir (Waqar Siddiqui), seus amigos, para acompanhá-lo. Em Karachi, após 2 dias de viagens turísticas, eles vão rezar em uma mesquita. Lá ouvem de um líder local que o Afeganistão precisa de voluntários, o que faz com que sigam para Kandahar. Porém a cidade logo é bombardeada pelos americanos, como represália pelos atentados terroristas de 11 de setembro. Eles tentam retornar ao Paquistão, mas Monir desaparece e os demais são capturados pelas forças aliadas.

Sábado, 15 de setembro
Filme: Fahrenheit 11 de setembro
Sinopse: O diretor Michael Moore investiga como os Estados Unidos se tornaram alvo de terroristas, a partir dos eventos ocorridos no atentado de 11 de setembro de 2001. Os paralelos entre as duas gerações da família Bush que já comandaram o país e ainda suas relações com a família Bin Laden.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

A Máquina


por Jônatas Andrade

No tempo de Antônio...

Nordestina, cidade pequena e imaginária repleta dos seus tipos. Uns petrificaram-se lá como Antônio. Mas alguns, como Karina, querem largar esse tal de “fim de mundo”. Karina quer o mundo só para ela. Antônio quer Karina só para ele. As duas situações não parecem combinar. Então numa atitude homérica Antônio “arreda o pé” e diz que irá trazer o mundo desejado para Karina como prova do seu amor.

A Máquina, mistura de ficção e romance, é o mais novo filme a ser exibido no Cineclube Mossoró. O filme é o vencedor do prêmio de Melhor Filme do Júri Popular no Festival do Rio e ainda recebeu duas indicações ao Grande Prêmio Cinema Brasil nas categorias melhor ator coadjuvante (Lázaro Ramos) e de melhor Roteiro Adaptado.

O filme é baseado no livro escrito por Adriana Falcão que posteriormente foi transformado em peça de teatro dirigida por João Falcão. A peça revelou os talentos de Wagner Moura e Lázaro Ramos. A história gira em torno da busca incessante da personagem Karina (Mariana Ximenes) por seu “lugar ao sol”. Antônio (Gustavo Falcão) se apaixona por Karina a cada dia que passa e a possibilidade de que ela vá embora de Nordestina faz com que ele tome uma atitude extrema. Atitude essa ira pôr sua própria vida em perigo quando ele resolve enfrentar o desconhecido para fazer Karina ficar.

Antônio acaba sendo o último dos seus 12 irmãos a sair de Nordestina. E é uma ida que talvez não tenha volta já que ele promete que se não conseguir chegar ao futuro ele irá provocar sua própria morte na frente das câmeras e jornais sensacionalistas de todo o mundo.

Sem se prender a um só plot cinematográfico o filme explora muito bem a poesia armorial de Ariano Suassuna, a influência da mídia na formação dos seres, a busca de novos ares como forma de alcançar um sucesso que nem sempre vem e também trabalha com a direção de arte em certas e poucas partes “à la Dogville”, de Lars Von Trier. O filme ainda conta a produção musical da DJ Dolores e Chico Buarque.

O amor é o combustível...

FICHA TÉCNICA:
Tempo de Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2006
Estúdio: Diler & Associados
Distribuição: Buena Vista International
Direção: João Falcão
Roteiro: João Falcão e Adriana Falcão, baseado em livro de Adriana Falcão e
em peça teatral de João Falcão.

LOCAL:
O filme será exibido na Biblioteca Ney Pontes Duarte (antiga União
Caixeiral) com ENTRADA FRANCA.

DATA E HORÁRIO:
No dia 14/07 às 19h30min.

APOIADORES:
Marcha Mundial das Mulheres
DECOM - UERN
Biblioteca Ney Pontes Duarte
Edmilson Serigrafia
Kiko´s Eventos

O Cineclube Mossoró é uma entidade sem fins lucrativos e sem nenhuma ligação partidária. O cineclube promove a exibição de filmes e a realização de debates após as sessões como forma de integrar o indivíduo a sociedade e discutir propostas e temas para a melhoria dos nossos projetos.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

O fabuloso destino de Amélie Poulain


por Mariano Tavares

O fabuloso destino de Amélie Poulain (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, França, 2001). Amélie Poulain vive em Paris, mais precisamente no tradicional bairro boêmio de Montmartre, onde trabalha como garçonete no café Deux-Moulain. Na infância, Amélie foi privada do contato com outras crianças e obrigada a inventar para si um mundo fantástico e surreal, saciando, através dos outros sentidos a falta do contato humano, físico. Assim, sensível ao charme discreto das coisas da vida, Amélie aprendeu a cultivar pequenos e solitários prazeres: gosta de ir ao cinema e observar as expressões de outros rostos no escuro, de enfiar a mão bem fundo no saco de cereais, de quebrar a cobertura do "creme brulee" com a colher, e de jogar pedras no rio e assisti-las ricochetear na superfície da água. Certo dia, surpreendida uma vez mais pelo cotidiano parisiense (a notícia da morte de Lady di), Amélie encontra, acidentalmente, uma caixinha de brinquedos e recordações que pertenceu a um antigo morador do apartamento em que vive. Como um anjo da guarda, faceiro e "mignon", Amélie decide devolver os brinquedos ao seu antigo dono, acreditando que a emoção do achado mudará sua vida. A partir de então, o anjo Amélie decide mudar a vida de todos à sua volta, atacando as aflições humanas e criando pequenos e maravilhosos incidentes que transformarão a miséria do cotidiano que a cerca em alegria e felicidade. Mas quem ajudará a própria Amélie, refugiada em sua solidão? É possível devotar os dias à felicidade dos outros e, assim, encontrar a felicidade e a vida? E quando Amélie for obrigada a encarar a própria realidade?

Em 2001, " O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", trouxe o cinema francês de volta aos holofotes internacionais, arrebatando milhares de platéias e fás ao redor do mundo. O filme foi assistido por mais de 20 milhões de expectadores e foi recebeu cinco indicações ao Oscar. Dirigido por Jean-Pierre Jeunet ( Delicatessen, Ladrão de Sonhos, Alien – A ressurreição), o filme é uma comédia dramática que usa os sentidos dos personagens para atingir, em cheio, os sentidos do expectador. O clima onírico e plástico apenas confirmou ao mundo o estilo gótico e surreal já anteriormente apresentado em Delicatessen e Ladrão de Sonhos. Primorosamente fotografado em vermelho e verde (com apurado tratamento digital) e utilizando elementos da pintura do brasileiro (radicado em Paris/Montmarte) Juarez Machado, o filme desenvolve-se em fascinantes movimentos de câmera, enchendo os olhos do expectador da mais impressionante homenagem jamais feita à capital francesa. A trilha sonora, composta pelo também francês Yann Tiersen (misturando composição minimalista e elementos de música tradicional francesa, com predominância de piano e acordeom), tornou-se uma das mais conhecidas e importantes trilhas das últimas décadas. O filme ainda trouxe aos olhos do mundo e ao sucesso internacional, a beleza e o talento de Audrey Tautou, perfeita no papel que lhe acompanhará por toda a vida, sua segunda pele, seu rosto uma mistura perfeita da infantilidade, doçura e esperança de Amélie. Como seu par – ou metade perfeita − o multitalentoso (ator, diretor, roteirista) Mathieu Kassovitz (como Nino Quincampoix).

Tudo em "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain está impregnado de arte e beleza: das ruas de Paris aos interiores dos cafés, os cinemas, as galerias e estações de trem, tudo é uma homenagem à frança e também ao próprio humano. Amélie é o mais belo poema visual de que se tem notícia. É como se fosse a antítese dos nossos dias, onde o amor, a amizade e a beleza – privilégios dos anjos – vencem no final.

SERVIÇO
FILME: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
PAÍS/ANO: França, 2001
GÊNERO: Comédia dramática
DIRETOR: Jean-Pierre Jeunet
ELENCO: Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Rufus, Yolande Moreau, Dominique Pinon, Maurice Bénichou

PRINCIPAIS PRÊMIOS
· 2 prêmios no BAFTA: Melhor Roteiro Original e Melhor Desenho de Produção.
· Prêmio da Audiência no Festival Internacional de Edimburgo.
· Prêmio do Público no Festival de Toronto.

LOCAL: Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte
HORA: 19:30
DATA: 30.06.2007.
ENTRADA: franca

terça-feira, 12 de junho de 2007

Quase Dois Irmãos

por Jônatas Andrade

O Cineclube Mossoró apresenta "Quase Dois Irmãos"

“A vida nos mostrou outros caminhos... e a dor...”.

Utópico, mas ao mesmo tempo cru e que expõe verdades por vezes esquecidas. Mas verdades que nunca deixaram de ser sentidas. Uma aula de cinema e com conteúdo, que coloca homens de ideais diferentes frente a frente. Homens que um dia quase foram dois irmãos.

Acompanhamos através da narração em off do personagem Miguel e através de seqüências não lineares a origem de seu personagem e de seu amigo de infância Jorginho. O filme tem início nos dias atuais quando Miguel, agora deputado e pai de família, resolve visitar Jorginho, um grande traficante de drogas, na prisão e lhe oferecer participação em um projeto social.

Depois da seqüência inicial passamos a acompanhar através das seqüências não lineares os anos 50 quando Miguel e Jorginho se conhecem ainda crianças devido à amizade dos pais e depois nos anos 70 quando Miguel é preso por ser militante político e Jorginho é apenas um preso comum colocado junto com os presos políticos. E por fim, na atualidade, onde Miguel tenta livrar sua filha do mesmo caminho tomado por Jorginho e onde o mesmo agora preso consegue comandar uma quadrilha de traficantes sem nenhuma dificuldade.

A diretora Lúcia Murat, ex-militante política, nos apresenta um filme onde presenciamos mudanças drásticas nos personagens principais. Mudanças que os levam a caminhos diferentes e onde o filme mostra para que veio. Para mostrar que uma sociedade molda os seres que nela vivem. Que laços são desfeitos mais facilmente do que como foram feitos.

Quase Dois Irmãos é um longa onde o que impera é a sociedade diante dos seres. Que pessoas mudam e se moldam para se adaptarem as situações que são impostas a elas.

Premiações

- Recebeu 3 indicações ao Grande Prêmio Cinema Brasil, nas categorias de Melhor Ator (Flávio Bauraqui e Caco Ciocler) e Melhor Edição.

- Ganhou os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator (Flávio Bauraqui), no Festival do Rio.

- Ganhou os prêmios de Melhor Trilha Sonora e Melhor Edição, no Festival de Havana.

- Ganhou o prêmio de Melhor Filme - Júri Popular, no Festival de Cinema Brasileiro de Paris.

- Recebeu 4 indicações ao Prêmio ACIE de Cinema, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Flávio Bauraqui) e Melhor Roteiro.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Projeções além da tela


Ultimo sábado (02/06) exibimos o classico italiano LADRI DE BICICLETE, e como nas últimas sessões tivemos um excelente público. Os clássicos merecem ser revistos pela sua importancia como referência para o cinema atual. O que seria do Tarantino, se um dia ele não fosse um simples funcionario de uma videolocadora? sem comparar a obra do famigerado é claro. Mas o fato é que seus filmes acabam sendo uma imensa colcha de retalhos de varias referências ao cinema, seja de filmes B dos anos 80 e 70 assim como os grandes clássicos. Voltando ao Ladrões de Bicicleta , tem duas cenas que acho bem marcantes que gostaria de destacar: Primeira a cena em que o protagonista vai sacar sua bicicleta da loja de penhores, onde para o tal, acaba tendo de penhorar o enxoval com seus melhores lençois. Parece surreal um cidadão penhorar lençois, mas diante de uma realidade caotica na qual vivia a Itália naqueles tempos, não podemos achar um exagero. Outra cena interessante é quando o protagonista afirma não gostar de cinema, com certeza um desperdicio de tempo e dinheiro para um trabalhador da época. O fato é que acredito no cinema, acima de tudo como um elemento que consegue juntar todos os elementos da arte com maestria, um poeta consegue passar sua ideia escrevendo, seja de teor politico ou não, um cineasta consegue escrever poesia com imagem, com musica e com um belo texto narrado por seus personagens. Apesar da tematica realista ( o que muitas vezes consegue afastar as pessoas por motivos quaisquer) conseguimos extrair a beleza de onde muitas vezes não se consegue exergar. Já dizia Lobão em uma de suas belas composições: "...Como uma chuva, uma tristeza, podem ser uma beleza...E o frio, uma delicada forma de calor..."

terça-feira, 29 de maio de 2007

Ladrões de Bicicleta

por Jônatas Andrade

Uma história que faz pensar, comovente e que poderia ser a de qualquer um de nós. Antônio é apenas mais um trabalhador que deseja dar uma vida digna a sua família.

Clássico do Neo-realismo italiano e composto de uma narrativa simples, porém, de forte impacto e adequada à época. Ladrões de Bicicleta do diretor e ator Vittorio di Sica é um marco do cinema e como clássico que é, ainda conserva um ar de atualidade quando mostra um personagem em busca de emprego na Itália pós-guerra onde o caos imperava e conseguir sustento era tarefa difícil para todos.

Antonio necessitado de trabalho consegue um como colador de cartazes, mas, quem o contrata exige que ele tenha uma bicicleta para agilizar o trabalho. Com a ajuda da mulher Antonio consegue tirar uma bicicleta do penhor e passa a fazer seu trabalho. O que ele não esperava era que durante um dia de trabalho sua bicicleta fosse roubada. Agora Antonio com a ajuda de seu filho Bruno tentará encontrar o homem que roubou sua bicicleta para manter o seu trabalho.

O Neo-realismo na Itália é composto de filmes que mostravam a dificuldade de se viver durante a guerra ou no caos da pós-guerra. Vittorio di Sica consegue nos deixar com um nó na garganta. Uma degradação humana pela necessidade nos é mostrada. Mas sempre com um toque sentimental.

A própria filmagem passou por dificuldades já que como muitos estúdios estavam ocupados por desabrigados da guerra foi preciso filmar em céu aberto. A falta de verbas fez com que o filme só contasse com atores amadores.

Um filme que marcou época, uma história sobre esperança e também da falta dela. Um filme que nos mostra uma sociedade em reconstrução, um povo massacrado pelos horrores e efeitos do fim da guerra. Mas, ainda assim, uma história que faz pensar.

FICHA TÉCNICA:
Título Original: Ladri di Biciclette
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento (Itália): 1948
Direção: Vittorio De Sica

PRÊMIOS:
- Ganhou um Oscar especial de melhor filme em língua estrangeira, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Roteiro.
- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.
- Ganhou o BAFTA de Melhor Filme.
- Ganhou o Prêmio Bodil de Melhor Filme Europeu.
- Ganhou o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Locarno.

LOCAL:
O filme será exibido na biblioteca Ney Pontes Duarte (antiga União Caixeiral) com ENTRADA FRANCA.

DATA E HORÁRIO:
No dia 02/06 às 19h30min.

APOIADORES:
Marcha Mundial das Mulheres
DECOM - UERN
Biblioteca Ney Pontes Duarte
Editora Queima-Bucha

Ladrões de Bicicleta é a 6ª Exibição do Cineclube Mossoró

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Arquivo digital de Glauber


O acesso à obra do maior cineasta brasileiro pelo público nem sempre é simples: são poucos os filmes de Glauber Rocha disponíveis em DVD, e raras as oportunidades de vê-los nos cinemas. Mas agora tudo o que Glauber produziu dentro e fora do cinema está sendo restaurado, digitalizado – e em breve estará disponível na Internet.
Um sobrado no Rio guarda riquezas da cultura nacional. Lá tem muito da história de um dos maiores artistas do cinema brasileiro: um arquivo de mais de 100 mil documentos sobre a vida e a obra de Glauber Rocha – diários escritos durante o exílio nos anos 70, romances e filmes.
Glauber Rocha foi uma espécie de gênio rebelde que transformou o cinema brasileiro. “Cinema é para ver e é para ouvir, quer dizer, o diretor não deve falar do filme, não”, ele disse em uma entrevista.
Seus filmes mostram uma realidade alegórica e muitas vezes delirante. Glauber fez o Cinema Novo; nos anos 60, valorizou a fotografia, criou uma linguagem-limite, desconstruiu narrativas para formar um sentido novo e livre. E conseguiu, no cinema, dizer muito sobre o Brasil: da denúncia da miséria à complexidade das faces políticas de “Terra em Transe”.
Um de seus curtas mais polêmicos foi sobre a vida do pintor Di Cavalcanti. Com uma equipe de filmagem, ele entrou no velório do artista morto, e tirou o lenço que cobria o rosto do pintor. Depois de interditado por 20 anos, a pedido da família do pintor, o curta-metragem foi premiado em Cannes.
Os arquivistas querem agora divulgar a obra de Glauber Rocha. Em um ano, todos os documentos, anotações pessoais, fotos e até peças de teatro escritas pelo artista vão estar disponíveis na Internet.
Os originais são de acesso restrito – somente a equipe de restauradores pode tocá-los. “Um erro pode ser fatal, você pode perder informação que muitas vezes é única”, justifica a museóloga Roberta Leite.
O trabalho foi iniciado pela mãe de Glauber, dona Lucia. Aos 88 anos, incansável, ela reuniu tudo o que há de memória concreta sobre a vida e a obra do filho. “Eles estavam embolados, jogados no cesto. Eu pegava os documentos, botava em cima da mesa, botava um paninho fino com um papel em cima e passava a ferro bem frio. Ficava horas fazendo aquilo. Depois eu embalava numa folhinha de papel e punha em cima do meu guarda-roupa”, mostra Lucia Rocha.
Sobre o projeto de digitalização, ela define: “É um sonho, e o sonho é a única coisa que ninguém pode perder”.


FONTE: Jornal da Globo

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Baile Perfumado tem sessão concorrida


No último sábado, 19 de maio, foi realizada a sessão do filme Baile Perfumado. Após a exibição do filme, teve lugar um animado debate entre os presentes sobre o fenômeno do cangaço em geral e, em particular, a importância do filme em desencadear o recrudecimento da repressão do Estado Novo ao próprio cangaço e seu círculo de influência, com consequências trágicas para o mascate e cineasta Benjamin Abrahão.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Baile Perfumado

Released por Jônatas Andrade


Revisitando o acervo de filmes nacionais é possível constatar que filmes sobre o cangaço já existem aos montes. Baile Perfumado diferencia-se justamente por dar novo gás a esse tipo de película.

O nosso personagem principal dessa vez não é Lampião, nem Maria Bonita. E sim um mascate libanês amigo do Padre Cícero. Benjamin Abrahão (Duda Mamberti) é o homem que resolve desmistificar Lampião e ao mesmo tempo ganhar dinheiro com isso. Ele resolve então documentar a saga do cangaceiro e seu bando.

Benjamim Abrahão é que irá nos guiar por esse “árido movie”. Com suas imagens ele tentará nos mostrar o valente cangaceiro se mostrando pequeno diante das novidades que surgiam naquele tempo. Ora “cabra da peste” e hora passional. O libanês apenas não contava que a ditadura do Estado Novo iria atrapalhar seus sonhos.

O filme conta com as únicas imagens reais de Lampião ainda vivo. O que ficção e o que é real? Depois de assistir Baile Perfumado é difícil separar as partes.

O longa faz uso certeiro de metalinguagem e conta com uma mescla de imagens antigas ligadas à trilha sonora moderna conduzida entre outros pelo saudoso Chico Science.

Baile Perfumado foi feito na época de reestruturação do cinema nacional. Foi feito tempos depois do fim do Governo Collor quando a produção de filmes foi quase abandonada

Todo mito em cima de Lampião já foi debatido por muitos, chegou à hora de conferir uma nova visão, uma nova e inesquecível experiência visual e histórica.

LOCAL:

O filme será exibido na biblioteca Ney Pontes Duarte (antiga União Caxeiral) com ENTRADA FRANCA.

DATA E HORÁRIO:
O filme será exibido no dia 19/05, no auditório da Biblioteca Ney Pontes Duarte, às 19h30min com ENTRADA FRANCA.

PRÊMIOS:
- Ganhou 3 prêmios no Festival de Brasília, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Aramis Trindade) e Melhor Cenografia.
- Ganhou o prêmio de Melhor Pôster, no Festival de Cinema de Havana.

APOIO:

MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES
BIBLIOTECA NEY PONTES DUARTE
DECOM-UERN

O Cineclube Mossoró é uma entidade sem fins lucrativos que visa promover a cultura e o conhecimento através da exibição de filmes e debates que são realizados ao fim das exibições onde todos podem se manifestar.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Pulp Fiction - Tempo de Violência


O Cineclube Mossoró apresenta, em sua 4ª sessão, aquele que é por muitos considerado como o filme mais importante dos anos 90.

Em 1994, Pulp Fiction – Tempo de violência, chegava ao Festival de Cannes como uma bomba, para dali se espalhar pelo planeta e elevar o diretor Quentin Tarantino à condição de novo gênio do cinema. O "enfant terrible" chegava finalmente à vitrine do mundo e a Hollywood.

Baseado em referências à literatura pulp norte-americana e ao pop, Pulp Fiction apresentou um roteiro entrecortado e inovador, uma trilha sonora arrasadora (provavelmente uma das trilhas não-originais mais inteligentes de toda a história), desenterrou mortos como John Travolta (nisso, Tarantino se revelaria um especialista), apresentou ao mundo a nobreza e o talento de Samuel L. Jackson, a já antológica e ainda chocante cena da injeção, e ela, sua majestade Uma Thurman, tão linda e perigosa quanto uma Hattori Hanzo.

O resto é memória e lenda. A história de violência estilizada que envolvia gângsters, um boxeador, assassinos profissionais e viciados em drogas levaria de Cannes o seu prêmio máximo, a Palma de ouro, além de uma legião de adoradores no mundo inteiro.

Além da Palma de Ouro em Cannes, Pulp Fiction ganharia ainda o Oscar e o Globo de Ouro de melhor roteiro original e o prêmio de melhor ator para John Travolta no Festival de Estocolmo.

Antes de Pulp Fiction – Tempo de violência, será exibido o filme "Tarantino's Mind", curta-metragem sobre o processo criativo e o imaginário do diretor de Cães de Aluguel e Kill Bill vols. 1 e 2.

A sessão começa pontualmente às 19:00h, com entrada franca, no prédio da Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, no sábado próximo, dia 05/05.

O Cineclube Mossoró é uma entidade sem fins lucrativos que visa promover a cultura e o debate cinematográficos em nossa cidade.

SERVIÇO:

Filme: Pulp fiction – Tempo de violência (EUA, 1994)

GÊNERO: Drama/policial

Direção: Quentin Tarantino

Elenco: Uma Thurman, Bruce willis, John Travolta, Quentin Tarantino, Samuel L. Jackson, Harvey Keitel, Tim Roth.

Local: Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte

Data: 15/05/2007

Hora: 19h30

Entrada: Franca

terça-feira, 1 de maio de 2007

Narradores de Javé


A história é muito mais valiosa pelo que esconde do que pelo que mostra. O Cineclube Mossoró apresenta, no próximo dia 14/04 (sábado), Narradores de Javé, um dos maiores êxitos do cinema brasileiro recente.

Os habitantes do pequeno vilarejo de Javé são surpreendidos pela notícia de que o lugar está prestes a desaparecer sob as águas de uma usina hidrelétrica. A única saída para Javé, resolvem, é provar que o povoado possui importância histórica. Convencidos por um dos líderes locais (Nelson Xavier, de O Rei do Rio), os moradores decidem então recontar a própria história, supostamente composta de grandes feitos heróicos praticados por seus antepassados, fundadores da aldeia. Para tanto, serão obrigados a recrutar Antônio Biá (magistralmente interpretado por José Dumont, de A Hora da Estrela), um antigo desafeto de todos, e único morador alfabetizado do lugar. Acontece que cada habitante de Javé tem a sua versão particular da história, modelada por suas origens sociais, étnicas, e pelas próprias fantasias individuais, inerentes ao humano.

Dirigido por Eliane Caffé (Kenoma), Narradores de Javé discute questões ligadas à memória histórica e suas "verdades", flutuando entre as tradições oral e escrita. O filme recebeu o prêmio da crítica no Festival Internacional de cinema de Friburgo (Suíça, 2003), Prêmio Gilberto Freyre e sete troféus Calunga − filme, direção, montagem, ator (José Dumont), ator coadjuvante (Gero Camilo), edição de som e atriz coadjuvante (Luci Pereira) − no Festival de Cinema de Recife, prêmios de melhor filme do júri oficial e do júri popular e ainda o prêmio de melhor ator para José Dumont no Festival do Rio 2003, prêmios de melhor filme independente e de melhor roteiro no 30º Festival Internacional do Filme Independente de Bruxelas, na Bélgica, prêmio de melhor filme no VII Festival Internacional de Cinema de Punta del Este, 2004, e ainda o prêmio de melhor filme de ficção no 5º Festival de Cinema des 3 Ameriques, realizado em Quebec, no Canadá, 2004.

A exibição ocorrerá pontualmente às 19h30, no auditório da Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte. O Cineclube Mossoró cobrará, como entrada, uma taxa de manutenção no valor de R$ 1,00, que será destinada exclusivamente à cobertura dos gastos com as sessões e demais atividades do clube, sem fins lucrativos.

Os próximos filmes a serem exibidos pelo Cineclube Mossoró são: Pulp Fiction – Tempo de Violência (Quentin Tarantino, EUA, 1994), O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Jean Pierre Jeunet, França, 2001), Laranja Mecânica (Stanley Kubrick, Inglaterra, 1971) e Ladrões de Bicicleta (Vittorio de Sica, Itália, 1948).

As datas das próximas exibições ainda não estão confirmadas. O cronograma será definido nas próximas reuniões do Cinecluble, que estarão abertas à participação de quaisquer interessados. Para participar, basta comparecer à próxima reunião, que realizar-se-á no próximo dia 10/04, na Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, às 19h30.

SERVIÇO:

Filme: Narradores de Javé (Brasil, 2003)

GÊNERO: Comédia

Direção: Eliane Caffé

Elenco: José Dumont, Nelson Xavier, Matheus Nachtergaele, Gero Camilo, Nelson Dantas, Luci Pereira.

Local: Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte

Data: 14/04/2007

Hora: 19h30.

Cinema Paradiso


Clássico italiano será o segundo filme apresentado pelo novo clube cultural mossoroense

No próximo sábado (31/03/2007), o Cineclube Mossoró apresentará, em sua segunda sessão, um dos maiores clássicos do cinema italiano, Cinema Paradiso. A exibição ocorrerá na Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte e começará pontualmente às 19h30. Após o filme, que tem duração de cerca de 123 minutos, haverá discussão sobre o tema abordado.

A obra, escrita e dirigida por Giuseppe Tornatore, conta a história do cineasta Salvatore di Vita (Jacques Perrin), que volta à sua terra natal depois de trinta anos ausente por causa de um amor frustrado. Este retorno é marcado pela morte de Alfredo (Philippe Noiret), projecionista do Cinema Paradiso, que fez Salvatore se apaixonar pela sétima arte na infância, quando ainda era chamado de Toto.

O filme tornou-se célebre após receber diversos prêmios pelo mundo, entre eles, o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro em 1990. A atuação de Philippe Noiret lhe rendeu o BAFTA de Melhor Ator, e o garoto Salvatore Cascio, que interpreta Toto criança, recebeu o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante.

Para esta exibição, o Cineclube Mossoró cobrará uma taxa de manutenção no valor de R$ 1,00, que servirá exclusivamente para cobrir os gastos com as sessões, já que o clube é uma instituição sem fins lucrativos.

Depois de Cinema Paradiso, o Cineclube exibirá Narradores de Javé (Eliane Caffé – Brasil, 2003), Pulp Fiction – Tempo de Violência (Quentin Tarantino – EUA, 1994), Laranja Mecânica (Stanley Kubrick – Inglaterra, 1971), O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Jean-Pierre Jeunet – França, 2001) e Ladrões de Bicicletas (Vittorio de Sica – Itália, 1948). As datas da exibição de cada filme ainda não estão programadas.

O cronograma deverá ser definido nas próximas reuniões do Cineclube, que são abertas à participação de qualquer interessado. Para fazer parte do clube, basta comparecer à sessão do dia 31 e ficar atento sobre a data e horário da próxima reunião.