quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

CULTURA PORNÔ?


Por Glaucio Fabrizio


Que o sexo impera em todas as mídias e na cabeça de quase todos os cidadãos, é um fato inquestionável. No cinema não pode ser diferente, mas o fato é: Porque ainda choca-se tanto com essa temática?

Na internet o tema sexo é líder absoluto nos sites de busca. Nas video locadoras as prateleiras destinadas aos filmes pornôs estão sempre em voga, com opções para todos os gostos e estilos. Na TV aberta o assunto é sempre tratado em mesas de debate, ou por apresentadores sexólogo (a)s com cara de intelectuais, ou cheios de tatuagens como a Penélope Nova, VJ da MTV.

O mercado do cinema pornô movimenta cifras milionárias nos Estados Unidos e Europa, e no Brasil a coisa não é muito diferente, levando-se em consideração a qualidade dos filmes que vêm melhorando nos últimos anos. Mas como podemos qualificar uma produção pornô? Pela beleza dos atores e atrizes? Figurino? Roteiro?

Parece um absurdo garimpar em meio a tantas produções um enredo que fuja do clássico entregador de pizzas ou do encanador que sempre é recebido por uma bela madame vestida irresistivelmente para matar e que sempre começa e termina em...vocês já sabem. Sim! Existem filmes pornográficos que são verdadeiras obras de arte. Os filmes dirigidos pelo cineasta americano Paul Thomas nos anos 90 como HOUSE OF DREAMS e LATEX se caracterizam pela bela fotografia e figurinos, tanto que foram premiados no Oscar do Cinema Pornô, o Adult Vídeos Awards (sim meus caros leitores, isso existe).

No Brasil virou moda artistas veteranos (um pouco esquecidos pela mídia convencional) se enveredarem no mundo pornô, Rita Cadillac, Gretchen, Alexandre Frota são exemplos disso, e a cada década que passa os fãs do gênero faz suas apostas em quem será a próxima ou o próximo a aderir.

Ainda em terras tupiniquins, no auge da ditadura militar, a febre das pornô chanchadas ocupou muito a mente dos adolescentes e de toda a sociedade, de tal forma que ainda hoje se cultiva o preconceito de que filme brasileiro se caracteriza ou por mostrar violência e pobreza, ou por palavrões e cenas de sacanagem.

Independente da época, do estilo, da moda, da idade dos atores e da qualidade das produções, não se pode fechar os olhos para essas produções, deixemos a hipocrisia de lado e façamos como os hindus, que tratam o sexo como uma arte. Afinal de contas, sexo com certeza também é coisa de cinema.

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