segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Resquícios da Guerra Fria - Parte I: Ditaduras na América.

Ao final dos anos 40 os Estados Unidos e a Rússia se consolidaram como as duas grandes potências mundiais e iniciaram uma competição ideológica e armamentista que perdurou até o início dos anos 90. Como esses países exerciam enorme influência sobre as nações menos desenvolvidas, essa “rusga particular” adquiriu proporções mundiais.

Com a criação da Organização dos Estados Americanos em 1948, os EUA sinalizavam a intenção de estender a sua ideologia e seu modo de vida para os demais países da América. Já no ano de 1961, os norte-americanos fundaram um programa de apoio econômico para nações subdesenvolvidas chamado de Aliança para o Progresso. Através desse programa, eles pretendiam consolidar, de vez, o seu papel como “tutor” dos países pobres e varrer a ameaça comunista para bem longe.

É nesse contexto que se observa o definhamento das instituições democráticas e a instauração de ditaduras em várias partes do mundo – inclusive na América Latina. Esses governos ditatoriais usurpavam o poder em nome da segurança e da soberania nacional, mas, na verdade, estavam ligados a uma das duas potências: caso fosse considerado “de direita”, ou seja, capitalista, seria subvencionada pelo Tio Sam; se fosse “de esquerda”, de índole socialista, estaria sob a égide da União Soviética, como Cuba.

No Brasil, como sabemos, o golpe militar de 1964, deu início a uma ditadura que sobreviveu durante 21 anos. Algo semelhante aconteceu em outras nações sul-americanas: na Argentina, entre 1976 e 1983; no Uruguai, de 1973 a 1984 e no Chile, de 1973 a 1989. Os governos ditatoriais se valiam da prerrogativa da força militar e de contarem com o respaldo das classes médias e altas, geralmente. Para legitimarem as arbitrariedades cometidas (prisões sumárias, desaparecimento, torturas e mortes de opositores, intelectuais, jornalistas e varias outras pessoas que eles julgavam “subversivas”) durante a sua gestão, eles tomavam para si o papel de “defensores da nação” e, se agiam da forma que agiam, era em nome da “segurança nacional”.

Embora os países citados acima já tenham superado essa fase negra da história, várias seqüelas ficaram no semblante dos familiares dos mortos e desaparecidos dessa época.

Através de filmes como Condor, Batismo de Sangue, Zuzu Angel; Cabra-Cega; Achados e Perdidos; O ano em que meus pais saíram de férias etc., o Cinema, hoje, presta homenagem aos mortos e atua como delator das barbáries que foram perpetradas contra a população durante os governos ditatoriais, pois, como as liberdades de imprensa e de expressão haviam sido cerceadas na época, as pessoas não tinham acesso a muitos dos acontecimentos relevantes que estavam se desenrolando. É o cinema, mais uma vez, levando entretenimento, cultura e, sempre que possível, a verdade até o espectador!

Um comentário:

Jônatas Andrade disse...

Cineclube Mossoró voltando as reuniões amanhã hein??!! primeira reunião em 2008!! Vamos que vamos!