Durante duas semanas a cidade maravilhosa transformou-se na capital brasileira do cinema. Em sua nona edição, o Festival do Rio, que nasceu em 1999 com a junção do Cine Rio Festival e a Mostra Banco Nacional de Cinema, dois importantes festivais criados na década de 80, veio corroborar com a idéia de que o Brasil, país de grandes cineastas, está se transformando, também, em um país de grande cinema.
O evento ocorreu entre os dias 20/09 e 04/10 e, segundo dados dos organizadores, bateu recorde de público, alcançando a incrível marca de 300 mil espectadores, o triplo da cifra alcançada pelo Festival de Gramado, que ainda é considerado por muitos o maior evento do gênero no Brasil. Há tempos que o evento carioca vem ameaçando o reinado do congênere gaúcho, e nada pode ser mais salutar para o engrandecimento do nosso cinema do que essa disputa.
A edição 2007 do Festival do Rio superou a de Gramado não só nos números, a qualidade dos filmes exibidos também foi superior, dando ao público a oportunidade de acompanhar obras que foram destaques em importantes festivais como Cannes e Veneza. Ainda é válido lembrar que o evento carioca preocupou-se em garantir a visibilidade do cinema não só como arte, mas, também, como um negócio, contribuindo para que a indústria desse setor – que no nosso país parece nunca deslanchar – cresça. A prova cabal disso está na realização, paralela ao festival, do Riomarket, o maior encontro de mercado cinematográfico da América Latina, cujo escopo desse ano era tratar sobre a convergência de mídias.
A noite de premiação, que aconteceu na quinta, dia 04, teve como grande “vencedor” o filme Estômago, primeiro longa-metragem do diretor Marcos Jorge, que recebeu os prêmios de: Melhor direção (ficção); Melhor longa (ficção), pelo voto popular; Prêmio Especial do Júri para o coadjuvante Babu Santana e Melhor ator para João Miguel, que já havia ganhado o prêmio em 2005 por “Cinema, aspirinas e Urubus”. O Júri Oficial, que contou com a participação dos atores Marília Pêra e Chico Diaz, entregou ainda os prêmios de Melhor longa-metragem (documentário) a Condor, de Roberto Mader; Melhor curta-metragem a Sete Minutos; Melhor direção (documentário) a Cão Guimarães, por Andarilho e Melhor atriz a Carlas Ribas por A casa de Alice.
Ah, antes que alguém sinta falta, o tão falado Tropa de Elite - um grande filme - foi, sim, exibido no Festival, causando, como já se esperava, um frenesi danado, mas não participou da mostra competitiva.
VOTO POPULAR
- Melhor Longa ficção: ESTÔMAGO, de Marcos Jorge
- Melhor Longa documentário: MEMÓRIA PARA USO DIÁRIO, de Beth Formaggini
- Melhor Curta – A MALDITA, de Tetê Mattos
JÚRI OFICIAL - Presidido por Affonso Beato e composto pelos atores Marília Pêra e Chico Diaz, Clare Stewart (diretora executiva do Festival de Sidney) e pelo presidente do Instituto Luce, Luciano Savegna.
- Melhor Longa-Metragem Ficção - MUTUM, de Sandra Kogut
- Melhor Longa-Metragem Documentário - CONDOR, de Roberto Mader
- Melhor Curta-Metragem – SETE MINUTOS, de Cavi Borges, Júlio Pecly e Paulo Silva
- Melhor Direção (ficção) – MARCOS JORGE (Estômago)
- Melhor Direção (documentário) - CAO GUIMARÃES (Andarilho)
- Melhor Ator – JOÃO MIGUEL (Estômago)
- Melhor Atriz- CARLA RIBAS (A Casa de Alice)
- Prêmio Especial do Júri – BABU SANTANA (por Estômago e Maré nossa história de amor)
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