Tendo iniciado suas atividades no ano de 2007, o Cineclube Mossoró, entidade apartidária e sem fins lucrativos, completou em março de 2011, quatro anos de existência. São quatro anos de exibições cinematográficas com um engajamento sociocultural que torna o projeto algo substancialmente diferente de um cinema (ou salas de exibições, por exemplo), já que a proposta reside no pós-filme, pós-créditos.
sábado, 29 de novembro de 2008
Merecidas Férias
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
CASA VAZIA
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
TAPETE VERMELHO
Tapete Vermelho, dirigido e com participação no roteiro de Luiz Alberto Pereira, é um filme que presta uma homenagem ao grande Mazzaropi, mas também ao homem do campo. Trabalha excepcionalmente bem com o preconceito enfrentado pelo homem vindo da roça quando este resolve visitar a metrópole. Mostra como a simplicidade é capaz de superar as barreiras impostas pelas situações que se apresentam ou pela sociedade.
O filme possui uma trinca de personagens comuns. Vindos de um povoado simples, mas que possuem um objetivo não tão comum. O aniversário de 10 anos do menino Neco (Vinícius Miranda) se aproxima e tudo que seu pai Quinzinho (Matheus Nachtergaele) quer é que ele veja um filme do saudoso Mazzaropi. Sua viagem será longa, algumas vezes bizarra e muito inocente.
A relação entre mãe, pai e filho é muito bem construída. O filho em especial nunca viu nada de Mazzaropi, mas pela boca do pai já ouviu tudo que precisou para se apaixonar pelo saudoso Amácio.
Zulmira (Gorete Milagres) não põe fé no marido e deixa claro que esse tipo de aventura já não é novidade. Mesmo a contragosto, ela segue viagem. E assim os três deixam Formoso e seguem em direção à cidade grande.
Os mais variados tipos passam a surgir e o filme ganha certo tom de fantasia que é muito bem aceito graças à naturalidade na atuação do elenco. E o espectador acaba se acostumando com o que vai vendo e acaba ficando curioso com a próxima "aberração" ou situação que nossos "heróis" enfrentarão.
Um belo e ao mesmo tempo triste road movie.
O filme será apresentado no dia 08/11, às 19:00h. No Hotel Villa Oeste. Com ENTRADA FRANCA.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
AS BICICLETAS DE BELLEVILLE.
(Les Triplettes de Belleville)
Uma fantástica animação francesa do ano de 2003, que critica diversos elementos comuns da sociedade moderna, através de uma caricatura animada, contundente e mordaz.
A história de um garoto introspectivo e apático, transformado em um atleta de ponta devido à determinação e competência de sua avó portuguesa, que juntamente com seu fiel cão e com as inesquecíveis trigêmeas de Belleville, se envolvem numa aventura inusitada e cheia de ação.
Quase que sem falas, num criativo exercício de linguagem cinematográfica, esta película costuma despertar a platéia mais atenta para os riscos do exagero, seja de consumo ou de exercícios físicos; seja pela arte ou pelos jogos de azar; mas sempre com muito bom humor e altas doses de originalidade.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e de Melhor Canção Original, As Bicicletas de Belleville é dos melhores desenhos animados já produzidos em todos os tempos, mesmo fugindo do padrão estético das grandes produções atuais.
O Cineclube Mossoró apresenta este clássico no dia 01/11/2008 (sábado) à partir das 19h no Hotel Villa Oeste, com pipoca, refrigerante e um sempre agradável debate ao final.
Ficha Técnica
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 82 minutos
Ano de Lançamento (França): 2003
Site Oficial: http://www.lestriplettesdebelleville.com/
Estúdio: BBC Worldwide / Gimages 3 / Canal+ / Canadian Cable Industry / Canadian Television Fund / Centre Nacional de la Cinématographie / Cofimage 12 / France 3 Cinèma / Fonds Film in Vlaanderen / Les Armateurs / National Lottery / Procirep / RGP France / Production Champion / Société de Développement des Enterprises Culturelles / Téléfilm Canada / Vivi Film
Distribuição: Sony Pictures Classics
Direção: Sylvain Chomet
Roteiro: Sylvain Chomet
Produção: Didier Brunner e Viviane Vanfleteren
Música: Benoît Charest e Mathieu Chedid
Edição: Dominique Brune, Chantal Colibert Brunner e Dominique Lefever
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Saneamento Básico - 25/10
Para poder ter o sonhado sistema de saneamento alguns moradores da cidade resolvem produzir um filme, já que o governo dispõe de uma boa soma de dinheiro que é de um programa de incentivo a cultura. O dinheiro não sendo usado será devolvido ao governo federal. Os moradores resolvem agir. No contrato existe um ponto que diz que a obra a ser realizada precisa ser uma ficção. Então os moradores resolvem utilizar apenas parte do dinheiro para produzir o filme (um filme trash extremamente B) e o resto utilizar para finalmente ter o sonhado sistema de saneamento básico. O filme realizado pelos moderadores terá como personagem principal um monstro da lagoa...
Ficha Técnica:
Gênero: Comédia
sábado, 18 de outubro de 2008
FILHOS DO PARAÍSO
“Filhos do Paraíso” é uma obra prima do cinema iraniano que retrata com simplicidade a solidariedade entre os irmãos Ali e Zahra que precisam dividir o tênis de escola porque a sandália da irmã fora perdida por Ali (repare no desespero do menino ao se ver diante de tão insanável problema necessitando da cumplicidade e abnegação da irmã já que os pais nada podem saber a respeito).
A família humilde está à parte dos problemas das crianças e o pacto entre os irmãos tem como testemunhas apenas os peixes ornamentais do chafariz.
Em sua busca incessante, as crianças finalmente encontram o sapatinho mas não têm coragem de pedi-lo de volta porque talvez a nova dona necessite mais dele do que a própria Zahra. Depois de muitos percalços surge uma esperança na competição de atletismo promovida pelo colégio para o qual se premiará o terceiro colocado com um sapato e Ali promete a irmã que ganhará este prêmio. Vale a pena conferir!
A viagem pelas ruas do Irã também se dá, em uma cena lindíssima, a bordo de uma bicicleta onde a paisagem contrastante entre pobreza e riqueza fica bem evidenciada. Impossível sair igual da sala de projeções depois de mergulhar no humanismo retratado neste filme.
Premiações:
- Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.- Ganhou o prêmio de Melhor Filme Asiático, no Festival Internacional de Cingapura.- Ganhou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro, no Festival Internacional de Newport.- Ganhou o Prêmio do Júri, o Grand Prix das Américas e o Prêmio do Público, no Festival Internacional de Montreal.
Ficha Técnica:
Título Original: Bacheha-Ye asemanGênero: Drama
Tempo de Duração: 88 minutos
Ano de Lançamento (Irã): 1997
Estúdio: The Institute for the Intellectual Development of Children & Young Adults
Distribuição: Buena Vista International / Miramax Films
Direção: Majid Majidi
Roteiro: Majid MajidiProdução: Amir Esfandiari e Mohammad Esfandiari
Direção de Fotografia: Parviz Malekzaade
Edição: Hassan Hassandust
Data e Horário da Exibição: 18/10/2008 - Às 19:00.
O QUARTO PODER
Um meio que veio para ajudar? Democratizar informações? Manipular a “massa”? Ou que veio para determinar o que é bom ou ruim para o mundo? Talvez um pouco de tudo isso. A imprensa (seja ela a mídia que for) veio para revolucionar. Desde Capote e seu “Sangue Frio” inaugurando o gênero narrativo-jornalístico ou Hunter S. Thompson e seu jornalismo “gonzo”, o quarto poder vem sendo fonte de informação precisa e muitas vezes imprecisa.
É aí onde entra a questão do sensacionalismo e a ética evapora consideravelmente. A expressão “espreme que sai sangue” parece uma definição concreta e correta do péssimo jornalismo praticado por alguns meios jornalísticos atuais. As informações nunca procedem, os dados são alterados e inocentes são transformados em produtos para um telespectador/ouvinte/leitor sedento pelas “notícias da hora”. Sedentos pela espetacularização do sofrimento, da pobreza, da fome e principalmente sedentos por algo que os tirem um momento sequer do sedentarismo que vivem. São acéfalos sendo conduzidos por acéfalos manipuladores.
Sam Baily é um pai de família, trabalhador e que ganha seu dinheiro honestamente, quando o ganha. Certo dia, endividado recebe uma ligação da esposa que diz que precisa urgentemente de dinheiro para pagar as despesas. Sam não possui o dinheiro. A solução de Sam é tomar como refém a diretora do museu onde trabalhava até ser despedido. Péssima escolha. Um grupo de crianças acabara de adentrar ao recinto. Para dificultar ainda mais as coisas ele acaba acidentalmente disparando sua arma contra um colega de profissão e melhor amigo. Um homem negro.
Essas informações são basicamente tudo que Max Bracket, um repórter sem escrúpulos que estava no local para fazer uma pequena reportagem, precisava para produzir a matéria da sua vida. Dar vez e voz a um homem desesperado, pai de família e trabalhador. Bracket irá focar todas as luzes para Sam e toda sua triste jornada, Sam será uma marionete controlada por Max. E cria-se um espetáculo. E quem irá decidir que destino terá cada um será o telespectador. Jornalismo ou show business?
O Cineclube Mossoró e o Hotel Villa Oeste promovem a exibição de um filme polêmico, angustiante e questionador. “O Quarto Poder” tem em seu elenco duas estrelas, John Travolta e Dustin Hoffman. A direção fica por conta do grego Costa-Gavras.
Ficha Técnica:
Faixa Etária: a partir de 16 anos.
Entrada FRANCA.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
A volta do Cineclube Mossoró. Com Chumbo Grosso!
Por: Pedro Souza.
A última exibição do Cineclube Mossoró foi o western “Duelo de Titãs”. O cineclube ficou um tempo parado para resolver algumas pendências e agora voltou de vez. Mudamos de vez o local de nossas exibições. O cineclube estará situado no MOSSORÓ WEST SHOPPING daqui para frente. E ainda com outro espaço no centro da cidade que nos foi cedido, e em breve divulgaremos qual é tal espaço. No shopping as exibições ocorrerão no andar onde acontecem alguns lançamentos de exposições e palestras, com o acesso garantido pelas escadas rolantes. Para a nossa primeira sessão decidimos pelo filme CHUMBO GROSSO. A sessão ocorrerá às 19:00h da sexta-feira, dia 12. E o debate logo em seguida.
Através de uma histeria presente nas sequências de Chumbo Grosso, os roteiristas Simon Pegg e Edgar Wright mostram que as artimanhas do riso através da película cinematográfica são uma fonte inesgotável. Se você acha que já viu de tudo sobre comédias envolvendo policiais e uma juventude transviada, prepare-se para refazer todos os seus conceitos acerca do gênero. Simon Pegg faz o papel de Nicholas Angel, um policial durão e metódico que devido a sua exacerbada competência acaba fazendo com que seus comparsas de trabalho não desempenhem sua função de serviência. Ele mal podia esperar que sua super competência causasse tanta inveja por parte de seus superiores e seria responsável pela sua transferência e ele logo deixaria a conturbada vida em Londres, repleta de crimes e perigos, para chegar a Sandford, uma cidade pacata do interior onde não existe nenhum problema aparente. Situado numa cidade onde nada acontece logo o tédio paira sobre nosso protagonista que terá como parceiro de profissão o gorducho e desleixado Danny Butterman, fã de filmes de ação policial. Quando tudo parecia permanecer em ordem e na mais completa harmonia, uma onda de crimes se sucede, tornando os dias de Nicholas e Danny agitados, é aí que todos os clichês dos filmes policiais são ressuscitados em um clima irreverente, possuído por doses cavalares de humor e sarcasmo. Perseguições, tiroteios, e muita explosão nessa trama que é chumbo grosso. Antes do filme exibiremos o premiado curta-metragem VIDA MARIA. Algumas novidades serão reveladas para quem for nos prestigiar. Até lá e bons filmes...
domingo, 31 de agosto de 2008
Atualmente estudamos duas propostas. Ambas boas. Embora seja uma melhor um pouco que a outra. Ao fim da escolha teremos todo o orgulho de anunciar que estaremos de volta.
Para contato deixo aqui meu nome, e-mail e telefone.
Jônatas Andrade, jonatas7andrade@hotmail.com e 9991-7604.
Até mais e bons filmes.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
ZAGATI DE LA MANCHA E OS MOINHOS DE VENTO
Por Glaucio Fabrizio
Todos os dias nos deparamos com Quixotes pelas ruas, noticiários, manchetes de jornais ou quando sonhamos em meio a um mundo cão que nem sempre favorece os sonhadores, por vezes considerados mentecaptos. José Zagati é um deles. Homem simples, que já foi pedreiro, borracheiro,catador de papelão e sucata, morador da periferia de Taboão da Serra no estado de São Paulo. Em suas andanças pelos lixões, em busca da sobrevivência, passou a resgatar em meio ao lixo, rolos de filmes em 16mm e motivados pela paixão ao cinema, construiu seu próprio projetor com sucatas fundando na garagem de sua casa o MINI CINE TUPY. As poltronas de sua modesta sala (ou seria garagem?) de cinema, vieram do lixão também.
Zagati protagonizou sua vida no belíssimo e premiado curta-metragem chamado MINI CINE TUPY de Sergio Bloch e do documentário também premiado ZAGATI de Edu Felistoque e Nereu Cerdeira. Em uma das premiações ele não pôde comparecer por não ter dinheiro para condução. Os documentário/curta se destacam pela bela fotografia e o comovente enredo da vida real.O exemplo desse quixote se desenrola numa das maiores provas de amor pelo cinema . E serve de lição para aqueles que se desmotivam facilmente com os problemas do cotidiano. O Cineclube Mossoró, atualmente opera de forma precária. Não temos projetor e tela, há meses reivindicamos através de um oficio eviado ao Secretário de Cultura da cidade, a montagem de um equipamento para o Auditório da Biblioteca Muncipal Ney Pontes, equipamento este de suma importancia para o local. Na verdade o Cineclube reinvidica algo para a biblioteca que com certeza será de bom uso para toda a comunidade, inclusive para o Cineclube Mossoró. Em meio a estes problemas, a saga do grande Zagati nos motiva para continuarmos, em meio à indiferença, moinhos de vento e gigantes, mas sem perder a esperança de vermos as mais belas cenas, aquelas que vez por outra o cinema nos mostra.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Era uma vez o Western?
Dizem por aí que o western é um gênero morto, exaurido; que os seus filmes já não atendem mais os anseios daquele público ávido por uma boa história recheada com sangue, suor e balas. A verdade é que como nada pode durar para sempre, ele já viveu o seu clímax (Rastros de Ódio; Os Brutos também amam e Por um punhado de dólares, por que não?), e desde a década de 90 encontra-se em seu nadir, porém, nos brindando esporadicamente com uma ou outra grande produção (Os Imperdoáveis e Dança com Lobos).
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Resquícios da Guerra Fria - Parte II: ...E tudo se divide.
Por mais de quarenta anos a Coréia viveu sob o domínio japonês. Como o Japão fazia parte do Eixo, que perdeu a Segunda Guerra, o seu território, bem como suas possessões além-ilha foram tomadas pelos exércitos aliados. Na Coréia, a parte norte, foi penetrada pelos soviéticos; já a parte sul, foi ocupada pelos norte-americanos. As terras coreanas foram divididas na altura do paralelo 38, entretanto, ambos os lados ansiavam estender seus domínios por todo o país. Sendo assim, em 1950 a Coréia do Norte inicia uma ofensiva contra o sul. A ONU e os E. U. A. intervieram a favor do sul, e revidaram o ataque. Depois de vários avanços e recuos de ambos os lados, foi assinado um tratado de paz em 1953, dividindo a Coréia em duas partes.
Com o Vietnã aconteceu algo semelhante ao caso coreano. Houve, a princípio, um conflito entre guerrilheiros nativos e seus colonizadores franceses. Com o “final” do conflito em 1954, os Acordos de Genebra decidiram pela divisão das terras vietnamitas, também entre Norte e Sul, na altura do paralelo 17, sendo que, ao cabo de dois anos, eleições gerais seriam realizadas. O Vietnã do Norte tornou-se uma república socialista, enquanto o do sul estava sob o jugo dos capitalistas. Estes, por sua vez, temiam que todo o sudoeste da Ásia passasse a engrossar as fileiras do comunismo, e medidas urgentes deveriam ser tomadas. Com base nesses pontos, uma guerra de grandes proporções vai de desenrolar, e duramente muito tempo o Vietnã permanecerá divido, até os norte-vietnamitas retomarem a ofensiva e ocuparem Saigon, a capital sulista.
Já na Alemanha, o que ocorreu foi, mais ou menos, a “divisão de um butim”, logo após a queda do Nazismo, em 1945. Durante a Conferência de Postdam, Truman, Stalin e Attlee decidiram fatiar o território alemão em quatro pedaços entre Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e França. Com a anunciação do Plano Marshal, e a grande onda de investimentos para a reconstrução da Europa, a Alemanha pôde revitalizar seu parque industrial e suas escolas, sendo que a sua parte socialista, como pertencia ao bloco soviético, continuou sucateada e sem a chevrolet e a Texaco.