sexta-feira, 20 de junho de 2008



ZAGATI DE LA MANCHA E OS MOINHOS DE VENTO

Por Glaucio Fabrizio

Todos os dias nos deparamos com Quixotes pelas ruas, noticiários, manchetes de jornais ou quando sonhamos em meio a um mundo cão que nem sempre favorece os sonhadores, por vezes considerados mentecaptos. José Zagati é um deles. Homem simples, que já foi pedreiro, borracheiro,catador de papelão e sucata, morador da periferia de Taboão da Serra no estado de São Paulo. Em suas andanças pelos lixões, em busca da sobrevivência, passou a resgatar em meio ao lixo, rolos de filmes em 16mm e motivados pela paixão ao cinema, construiu seu próprio projetor com sucatas fundando na garagem de sua casa o MINI CINE TUPY. As poltronas de sua modesta sala (ou seria garagem?) de cinema, vieram do lixão também.
Zagati protagonizou sua vida no belíssimo e premiado curta-metragem chamado MINI CINE TUPY de Sergio Bloch e do documentário também premiado ZAGATI de Edu Felistoque e Nereu Cerdeira. Em uma das premiações ele não pôde comparecer por não ter dinheiro para condução. Os documentário/curta se destacam pela bela fotografia e o comovente enredo da vida real.O exemplo desse quixote se desenrola numa das maiores provas de amor pelo cinema . E serve de lição para aqueles que se desmotivam facilmente com os problemas do cotidiano. O Cineclube Mossoró, atualmente opera de forma precária. Não temos projetor e tela, há meses reivindicamos através de um oficio eviado ao Secretário de Cultura da cidade, a montagem de um equipamento para o Auditório da Biblioteca Muncipal Ney Pontes, equipamento este de suma importancia para o local. Na verdade o Cineclube reinvidica algo para a biblioteca que com certeza será de bom uso para toda a comunidade, inclusive para o Cineclube Mossoró. Em meio a estes problemas, a saga do grande Zagati nos motiva para continuarmos, em meio à indiferença, moinhos de vento e gigantes, mas sem perder a esperança de vermos as mais belas cenas, aquelas que vez por outra o cinema nos mostra.